Mais uma crônica de viagem
(Reflexões a bordo de um navio 3)
Viagens sempre proporcionam uma infinidade de temas para serem desenvolvidos através da escrita. E eu vou viajando e vou sentindo e vou dizendo: vou escrever sobre isso. E vou guardando na memória os temas que penso, vai ser aprazível desenvolver. No entanto quando chego e me sento frente ao meu computador um fato que percebi promissor não sai da primeira linha, se esgota na lembrança. Como uma semente que não germina. E eu começo a escrever sobre alguma coisa pertinente e de repente vou para longe daquela história, tão longe que eu mesma não consigo estabelecer a relação, embora certamente haja.
Foi a segunda vez que fiz um cruzeiro e viajei por mares muitas vezes navegados. Da primeira vez nem mesmo saí do navio, não desci em nenhum porto, limitei-me a encantar-me com a vastidão do mar. Dessa vez achei que deveria descer porque dois portos eu não conhecia – Itajai e Montevidéu. Foram três escolhas quase erradas.
Em Itajaí eu deveria ter ficado ali, nos arredores, e conhecido a cidade que me pareceu grande e simpática. Havia música na praça e uma fila de vans oferecendo passeios aos arredores e fomos parar em Balneário Camboriu que deve ser um lugar ótimo para passear, não apenas para passar, fazer um passeio de teleférico e andar por ali meio perdida enquanto os companheiros aproveitavam para tirar fotos pagas com os chapéus e cabeleiras mais esdrúxulas. Depois de longas confabulações sobre ir para Montevidéu ou Punta Del Este, acabamos indo para um City Tour em Montevidéu, uma cidade que parece simpática, mas bem pequena e na volta paramos no porto e fomos ao Mercado que era de onde nunca deveríamos ter saído – pelo menos ali poderíamos absorver a cor local – e onde pude comprar alfajores para a mãe, a cerveja Patrícia para um de meus almoços de domingo. E experimentei o médio y médio, se é assim que se escreve eu nem sei, uma mistura de vinhos que não consegui identificar e tão ruim como a nossa cachaça. Foi ali também que senti o maior calor do mundo e pensei que fosse desmaiar de tão quente que estava. Desejei estar no Mercado Central de Belo Horizonte ou em São Paulo e comer um gigantesco pão com mortadela.
Buenos Aires, cidade que aprendi a amar e estava doida para rever, foi onde quase tudo deu errado – o city tour foi horroroso, correndo como se tivéssemos que tirar o pai da forca, nenhum dos momentos mágicos da visita anterior eu pude curtir. Mas foi lá também que aconteceu o ponto alto dessa minha escapadela. O Tango Porteño foi fechado especialmente para nós e ali, em um ambiente noturno em pleno dia, nos serviram um almoço delicioso e vimos um show de Tango realmente fantástico,
Mas é assim que acontece. Nem era isso que eu queria escrever. Achei que seria bem interessante contar sobre o dia em que parte do navio pensou que estivéssemos afundando, ou o dia em que momentaneamente ficamos presas na popa do navio (ou seria na proa?), mas as palavras se esconderam de mim completamente e não vou conseguir achá-las. Resta-me a certeza de que terei temas para de repente, contar essas histórias que depois que aconteceram ficaram até engraçadas. Sei que essas histórias vão pedir para serem contadas e quando isso acontecer eu contarei. Talvez amanhã, quem sabe?
(Reflexões a bordo de um navio 3)
Viagens sempre proporcionam uma infinidade de temas para serem desenvolvidos através da escrita. E eu vou viajando e vou sentindo e vou dizendo: vou escrever sobre isso. E vou guardando na memória os temas que penso, vai ser aprazível desenvolver. No entanto quando chego e me sento frente ao meu computador um fato que percebi promissor não sai da primeira linha, se esgota na lembrança. Como uma semente que não germina. E eu começo a escrever sobre alguma coisa pertinente e de repente vou para longe daquela história, tão longe que eu mesma não consigo estabelecer a relação, embora certamente haja.
Foi a segunda vez que fiz um cruzeiro e viajei por mares muitas vezes navegados. Da primeira vez nem mesmo saí do navio, não desci em nenhum porto, limitei-me a encantar-me com a vastidão do mar. Dessa vez achei que deveria descer porque dois portos eu não conhecia – Itajai e Montevidéu. Foram três escolhas quase erradas.
Em Itajaí eu deveria ter ficado ali, nos arredores, e conhecido a cidade que me pareceu grande e simpática. Havia música na praça e uma fila de vans oferecendo passeios aos arredores e fomos parar em Balneário Camboriu que deve ser um lugar ótimo para passear, não apenas para passar, fazer um passeio de teleférico e andar por ali meio perdida enquanto os companheiros aproveitavam para tirar fotos pagas com os chapéus e cabeleiras mais esdrúxulas. Depois de longas confabulações sobre ir para Montevidéu ou Punta Del Este, acabamos indo para um City Tour em Montevidéu, uma cidade que parece simpática, mas bem pequena e na volta paramos no porto e fomos ao Mercado que era de onde nunca deveríamos ter saído – pelo menos ali poderíamos absorver a cor local – e onde pude comprar alfajores para a mãe, a cerveja Patrícia para um de meus almoços de domingo. E experimentei o médio y médio, se é assim que se escreve eu nem sei, uma mistura de vinhos que não consegui identificar e tão ruim como a nossa cachaça. Foi ali também que senti o maior calor do mundo e pensei que fosse desmaiar de tão quente que estava. Desejei estar no Mercado Central de Belo Horizonte ou em São Paulo e comer um gigantesco pão com mortadela.
Buenos Aires, cidade que aprendi a amar e estava doida para rever, foi onde quase tudo deu errado – o city tour foi horroroso, correndo como se tivéssemos que tirar o pai da forca, nenhum dos momentos mágicos da visita anterior eu pude curtir. Mas foi lá também que aconteceu o ponto alto dessa minha escapadela. O Tango Porteño foi fechado especialmente para nós e ali, em um ambiente noturno em pleno dia, nos serviram um almoço delicioso e vimos um show de Tango realmente fantástico,
Mas é assim que acontece. Nem era isso que eu queria escrever. Achei que seria bem interessante contar sobre o dia em que parte do navio pensou que estivéssemos afundando, ou o dia em que momentaneamente ficamos presas na popa do navio (ou seria na proa?), mas as palavras se esconderam de mim completamente e não vou conseguir achá-las. Resta-me a certeza de que terei temas para de repente, contar essas histórias que depois que aconteceram ficaram até engraçadas. Sei que essas histórias vão pedir para serem contadas e quando isso acontecer eu contarei. Talvez amanhã, quem sabe?