Despedida
Não gosto de me despedir,
Digo antes, até já;
Vou dizê-lo a mim mesmo: até já;
Para não fugir ao meu costume.
Estou aqui há umas seis horas ou mais, perdi a conta,
Não me fui despedir (ou melhor dizer até já)
De todas as obras de Van Gogh
Mas só de algumas.
Passei por todas, parei em meia dúzia
Olhei-as de mais perto
E fui agradecendo, uma a uma,
O privilégio de ter estado aqui, sobretudo,
Porque me deu vontade de escrever
Não sou, isso aquilo ou aqueloutro, nem nada disso, mas há muito aprendi
Que quem queira avançar tem de escutar a sua voz interior e arriscar
Pôr cá fora a sua voz interior.
O estilo resulta disso.
Mário Moura
22-07-2010
Museu Van Gogh
Amesterdão