Despedida

Não gosto de me despedir,

Digo antes, até já;

Vou dizê-lo a mim mesmo: até já;

Para não fugir ao meu costume.

Estou aqui há umas seis horas ou mais, perdi a conta,

Não me fui despedir (ou melhor dizer até já)

De todas as obras de Van Gogh

Mas só de algumas.

Passei por todas, parei em meia dúzia

Olhei-as de mais perto

E fui agradecendo, uma a uma,

O privilégio de ter estado aqui, sobretudo,

Porque me deu vontade de escrever

Não sou, isso aquilo ou aqueloutro, nem nada disso, mas há muito aprendi

Que quem queira avançar tem de escutar a sua voz interior e arriscar

Pôr cá fora a sua voz interior.

O estilo resulta disso.

Mário Moura

22-07-2010

Museu Van Gogh

Amesterdão

Mário Moura
Enviado por Mário Moura em 23/02/2012
Código do texto: T3515251
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