59 – POUSIO, POUSIO, POUSIO
Ao sair da Euston Station,
Entrando na Euston Square (Praça),
em Londres,
Não sei por que razão me vem a palavra POUSIO à cabeça.
Muito menos sei por que razão a associo, não a uma cultura, trigo, milho ou outra, mas a mim próprio.
Mistérios do cérebro.
A lavrar a ideia, a caminho de volta da Euston Station, quero perguntar onde fica o Museu Dickens, dou por mim a dizer em voz baixa: POUSIO, POUSIO, POUSIO...
POUSIO: depois de anos e de anos a CULTIVAR uma vida, preciso de deixar a vida POUSAR.
E pensei: ESTOU A GOSTAR DO POUSIO.
Comecei a tomar gosto logo na 1.ª Viagem em ABRIL/MAIO.
E entranho o gosto nesta 2.ª Viagem em JULHO.
Gosto mesmo de estar comigo.
Mas estar comigo, significa o quê?
Simplesmente, fazer o que faço: viajar comigo, andar como ando ou viajar pela escrita e pela leitura.
Fazer o que gosto,
Se não POUSO,
A silva toma conta de mim
Se calhar, ainda acabo por gostar só de fazer o que faço.
Mais nada.
Euston Square
Londres
19 de Julho de 2011
Mário Moura