ISTO, SÓ O TEMPO ME ENSINOU
Nós nascemos predispostos ao envelhecimento; basta nascer e esse processo é ativado. Visto isso digo, pois, quanto menos idosos somos, mais atarantados ficamos. À medida que os anos passam, mais conscienciosos nos tornamos.
Quase tudo o que fazemos quando somos mais jovens, fazemos por necessidade. Uma necessidade que é imposta pelas circunstâncias de uma sociedade exigente; do clã familiar sedento por êxitos dos indivíduos do grupo; da trupe de amizades, pela suposta segurança que esta poderá prover a quem dela participe. Essa maratona prossegue por toda a fase de amadurecimento pessoal.
Quando atingimos a maturidade, cujo tempo varia de individuo para individuo, percebemos que deixamos de ser menos jovem, quando nos adequamos em primeiro lugar as nossas necessidades humanas, então concluímos que deveríamos ter tido esta preocupação desde o inicio de nossas vidas. Mas vá falar isto hoje, para os iniciantes da vida e do envelhecimento!
Quando eu tomei consciência disto, a primeira coisa que fiz foi adequar-me aos afazeres que realmente me propiciassem o prazer, a qualidade de vida que me favorecesse e ao mesmo tempo, possibilitasse os recursos financeiros a sobrevivência.
Manter a mente sempre ativa é a primeira regra do negócio. Não desperdiçar o tempo com banalidade e cultura inútil, é o mandamento maior.
Hoje um terço do meu tempo diário é gasto com minhas obrigações profissionais, entre a figura do administrador e do professor nos serviços públicos do Município e do Estado do Rio de janeiro.
Os outros dois terços estão distribuídos entre a família e as coisas que me trazem prazer e realização pessoal.
A família é a base, o sustentáculo de tudo, o equilíbrio da balança, o porto seguro onde nos acostamos, para fugir das tormentas que sacodem as velas. Para mim o primeiro passo, entre outros primeiros.
Ler e escrever são realizações inexplicáveis. Como explicar uma viagem por recônditos da vida e do tempo? Será preciso ler e escrever para se ter a noção dessa dimensão do prazer e da realização que sentimos.
Viajar, conhecer o mundo, novas culturas, povos diferentes, embora de indivíduos iguais a nós, faz-me vibrar, quando marcamos viagens. A sensação por que passo até o dia marcado, “não tem preço” e é indescritível.
Ir à cozinha e preparar uma boa refeição, sem correria e sem alvoroço, é um prazer do qual não abro mão. Traz-me uma paz e uma satisfação interior inexplicável. Manusear os alimentos temperá-los ao meu gosto e atingir o paladar dos outros é preciso ter muito amor pela culinária, e isto eu consegui ao longo do tempo.
Ouvir uma boa música é parte da minha receita de renovação. Os timbres dos instrumentos, a harmonia das notas musicais, ativam os meus neurônios e dão sobrevida as minhas células vitais.
Contemplar a natureza nos seus mínimos detalhes está para mim, assim como está à pele para o revestimento dos corpos. Nós somos a natureza e nela estamos inseridos ao mesmo tempo. Não tirar prazer dela é como ter olhos e não enxergar, ter boca poder e não falar, ter pernas, pés e força, mas não caminhar; é não amar nem a si mesmo nem aos outros.
Gosto de reservar um tempo para observar a capacidade e a complexidade da pessoa humana, seja para o seu lado bom ou o seu lado perverso. O ser humano é capaz de promover qualquer tipo de ato, imaginável ou não.
A pessoa humana é dotada de uma complexidade tão extrema, que eu não ousaria pensar na inexistência de Deus. Só um ser superior, supremo, seria capaz de criar um ente tão enigmático.
Se alguém me perguntar: - você não perde tempo em sua vida? Perco sim, lhe responderei, quando paro e sento a frente de uma televisão, embora desperdiçando cerca de 0,01%, dos meus dois terços diários de tempo disponível, para assistir pouco, muito pouco dos programas que ainda me permito assistir. Os outros são banalidades, culturas inúteis.
A idade menos jovem, permite-me a restrição automática a tudo o que não é aproveitável. Não censuro quem o faz, mas hoje sei que para tudo há um limite e isto eu levo muito a sério.
Rio, 29/01/2012
Feitosa dos Santos
Nós nascemos predispostos ao envelhecimento; basta nascer e esse processo é ativado. Visto isso digo, pois, quanto menos idosos somos, mais atarantados ficamos. À medida que os anos passam, mais conscienciosos nos tornamos.
Quase tudo o que fazemos quando somos mais jovens, fazemos por necessidade. Uma necessidade que é imposta pelas circunstâncias de uma sociedade exigente; do clã familiar sedento por êxitos dos indivíduos do grupo; da trupe de amizades, pela suposta segurança que esta poderá prover a quem dela participe. Essa maratona prossegue por toda a fase de amadurecimento pessoal.
Quando atingimos a maturidade, cujo tempo varia de individuo para individuo, percebemos que deixamos de ser menos jovem, quando nos adequamos em primeiro lugar as nossas necessidades humanas, então concluímos que deveríamos ter tido esta preocupação desde o inicio de nossas vidas. Mas vá falar isto hoje, para os iniciantes da vida e do envelhecimento!
Quando eu tomei consciência disto, a primeira coisa que fiz foi adequar-me aos afazeres que realmente me propiciassem o prazer, a qualidade de vida que me favorecesse e ao mesmo tempo, possibilitasse os recursos financeiros a sobrevivência.
Manter a mente sempre ativa é a primeira regra do negócio. Não desperdiçar o tempo com banalidade e cultura inútil, é o mandamento maior.
Hoje um terço do meu tempo diário é gasto com minhas obrigações profissionais, entre a figura do administrador e do professor nos serviços públicos do Município e do Estado do Rio de janeiro.
Os outros dois terços estão distribuídos entre a família e as coisas que me trazem prazer e realização pessoal.
A família é a base, o sustentáculo de tudo, o equilíbrio da balança, o porto seguro onde nos acostamos, para fugir das tormentas que sacodem as velas. Para mim o primeiro passo, entre outros primeiros.
Ler e escrever são realizações inexplicáveis. Como explicar uma viagem por recônditos da vida e do tempo? Será preciso ler e escrever para se ter a noção dessa dimensão do prazer e da realização que sentimos.
Viajar, conhecer o mundo, novas culturas, povos diferentes, embora de indivíduos iguais a nós, faz-me vibrar, quando marcamos viagens. A sensação por que passo até o dia marcado, “não tem preço” e é indescritível.
Ir à cozinha e preparar uma boa refeição, sem correria e sem alvoroço, é um prazer do qual não abro mão. Traz-me uma paz e uma satisfação interior inexplicável. Manusear os alimentos temperá-los ao meu gosto e atingir o paladar dos outros é preciso ter muito amor pela culinária, e isto eu consegui ao longo do tempo.
Ouvir uma boa música é parte da minha receita de renovação. Os timbres dos instrumentos, a harmonia das notas musicais, ativam os meus neurônios e dão sobrevida as minhas células vitais.
Contemplar a natureza nos seus mínimos detalhes está para mim, assim como está à pele para o revestimento dos corpos. Nós somos a natureza e nela estamos inseridos ao mesmo tempo. Não tirar prazer dela é como ter olhos e não enxergar, ter boca poder e não falar, ter pernas, pés e força, mas não caminhar; é não amar nem a si mesmo nem aos outros.
Gosto de reservar um tempo para observar a capacidade e a complexidade da pessoa humana, seja para o seu lado bom ou o seu lado perverso. O ser humano é capaz de promover qualquer tipo de ato, imaginável ou não.
A pessoa humana é dotada de uma complexidade tão extrema, que eu não ousaria pensar na inexistência de Deus. Só um ser superior, supremo, seria capaz de criar um ente tão enigmático.
Se alguém me perguntar: - você não perde tempo em sua vida? Perco sim, lhe responderei, quando paro e sento a frente de uma televisão, embora desperdiçando cerca de 0,01%, dos meus dois terços diários de tempo disponível, para assistir pouco, muito pouco dos programas que ainda me permito assistir. Os outros são banalidades, culturas inúteis.
A idade menos jovem, permite-me a restrição automática a tudo o que não é aproveitável. Não censuro quem o faz, mas hoje sei que para tudo há um limite e isto eu levo muito a sério.
Rio, 29/01/2012
Feitosa dos Santos