Morte

Pelo visto o dia iria ser longo. Nesta manhã, só, já foram escalados mais de dez serviços e além dos integrais, que deveriam estar prontos antes das nove. Não é que estava reclamando, mas ultimamente as coisas estavam mais “rotuladas”, mas exigentes.

Às vezes pensava em tirar umas férias, mas como ninguém poderia ou não queria cumprir obrigações, acabava desistindo e esquecendo. Por horas trabalhadas sabia que não haveria recompensa. Mas quando o serviço era bem feito, e isto sempre acontecia, lhe parabenizavam. Não necessitava desses elogios esparsos. O que fazia era necessário.

Olhou para as montanhas. Estavam tão longe. E ainda havia aquele frio... Fazer o quê, tinha que trabalhar. Pegou o instrumento de serviço, companheiro de tantos anos e colocou-se na estrada. Todos têm que se sacrificar para poderem cumprir suas tarefas. Refletiu que poderia fazer as entregas do Papai Noel, só não saberia onde guardar a foice. Mesmo assim seria engraçado ter um sobrenome como Noel, sendo que seu nome era Morte.

Jhunnyor
Enviado por Jhunnyor em 20/01/2012
Código do texto: T3451274
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