42 - Gare du Nord
Sou!
É a primeira vez que alguém me pergunta se sou europeu.
Sou.
Repito.
Foi também a primeira vez que dei 2 euros e 10 por um café.
E a segunda que derramo a chávena inteira de café. Virei a chávena. Safou-se o copo de água. O garçon foi buscar outro de graça. É a segunda vez que me acontece isso hoje: disse ele.
Não sei porque o digo, mas tenho a impressão de que foi aqui na Gare du Nord e não na Gare de Lyon que me aconteceu o que já contei. Mal dei de caras com a fachada pensei nisso.
Fui trocar euros por libras.
Não foi nem a primeira, nem a segunda nem a terceira vez, que servi de interprete. Um brasileiro jovem sem falar inglês pretendia ir para Londres sem bilhete de regresso.
Não sei se se safou. Tive de ir embora. Diz que é estudante e que depois de Londres vai para Amesterdão. A funcionária negra da alfândega inglesa (ainda em solo francês: é estranho!) não foi na conversa.
Vou tomar um segundo café. Acordei cedo. E esperar. Entretanto, leio o Canard Enchainê.
Gare du Nord
Paris
17 de Julho de 2010
Mário Moura