Menina bailarina
Saltos insanos de uma menina descalça. Nas pontas de seus pés ela rodopiava, fazendo seu vestido, no seu não querer azul, se inflar e girar. Os pequenos babados da borda subiam e desciam. Ela ria. O laço de fita amarrado na cintura a acompanhava freneticamente no seu amarelo amarelado. As pernas finas e brancas como a lua, não paravam de bailar no chão de taipa fria. Os braços ondulavam aos sinais do vento. Iam e vinham. Os dedinhos tocavam um piano imaginário, que soava suas notas tão depressa e belamente harmonioso, que se consentia um cristal se quebrar. Quanto muito, o joelho tocava o chão e aquela dor a fazia gemer, de forma que chorava. Mas limpava o rosto com a mãozinha e punha-se a saltar novamente.