Um amor de verão

Observo a lua nesta noite tão silenciosa. Consequentemente, vejo-me recordando uma série de ações de um passado que ainda permanece vivo. Lembro-me dos primeiros olhares, que, no entanto, retratavam perfeitamente o que se passava no interior. Contudo, em meio aos sorrisos e as palavras, a atração recíproca não se disfarçava. Pelo contrário, ela era evidente. De fato, aquele possível afeto me fazia sentir bem. Porém, se tratava de um sentimento que não sanava as indagações, e logo me via presente em um questionamento que até aquele momento tinha respostas concretas. Destino? Amor à primeira vista? Quantas dúvidas! Mas isso não me incomodava. Apenas desejava estar ali, perto de você. Lamentavelmente, o tempo era efêmero, como de costume. Mesmo assim, eu ficava lisonjeada com cada minuto que tinha oportunidade de viajar em um olhar bonito, um olhar diferente dos demais. Parecia que ele queria me dizer algo, mas por alguma razão não conseguia. Por breves instantes, tentava interpretá-los, mas rapidamente era interrompida por suas mãos, nas quais, deslizavam cuidadosamente sobre minhas marcas faciais. Quanta distração! E tudo aquilo me fazia querer mais, muito mais. Queria ainda poder ver com outros olhos seus lábios se aproximando dos meus. Não demorou. Um beijo distinto. Um beijo lento e apreciado. Pouco a pouco, ele entrava em contradição com o coração. Esse sim estava inquieto. Acelerado. Palpitava em um intervalo de tempo bem menor. Depois de tantas surpresas e emoções vividas em um breve espaço temporal, gostaria de ter sua presença na minha vida constantemente. Quero ter capacidade de cuidar de você e de fazer você sorrir. Não por horas ou dias contados, são desejos para o restante de uma vida que acabara que achar um motivo pra ser feliz.