Gratidão
No último aniversário da morte de meu pai estávamos em São Paulo, Dudu meu irmão caçula e eu. O objetivo da viagem era conseguir o visto para entrar nos Estados Unidos, já que parte de nossa família vive lá. O interesse maior era do Dudu, já que eu não tenho muita vontade de ir até lá, mas pensei que por precaução seria muito bom ter o visto de entrada em ordem, afinal nunca se sabe se precisaremos dele ou não em uma emergência. E assim lá fomos nós dois para um fim de semana na maior cidade desse país.
Na primeira noite, exatamente na noite do aniversário, fomos a uma dessas cantinas italianas bem famosas, a Família Mancini, que, aliás, eu já conhecia. Foi lá que brindamos a Ele, ao nosso pai, que naquele dia completava 26 anos em outro plano. Alguém poderá dizer: Mas brindar a morte do Pai? Não, nós não estávamos brindando à sua Morte – estávamos brindando a sua vida.
Ficamos ali conversando sobre ele, Dudu relembrando a pouca convivência que tiveram, mas o quanto a vida desse homem simples tinha sido importante para todos nós. Calhou ainda o fato de ter-se encerrado naquele mês, o fim do condomínio que tínhamos em uma propriedade rural, herança dele e que agora chegara ao fim, sem nenhuma briga, nenhum conflito, ninguém insatisfeito com ninguém. Estávamos felizes apesar da lembrança triste que a data trazia. O sentimento naquele momento era de intensa gratidão.
Lembrei-me desse fato porque tendo perdido o sono peguei um livro ao acaso em minha mesinha de cabeceira e abrindo-o também ao acaso, li sobre a gratidão. Quando acabei de ler fiquei pensando em meus pais e no quanto eles foram importantes para a formação de nosso caráter e pela nossa qualidade de vida. Fiquei pensando em tudo pelo qual devo ser grata a alguém e mais ainda ao Senhor de Todas as Coisas, desde as menores até a maior que tudo engloba: o Universo.
O livro, de auto-ajuda, gênero no qual não deposito muita fé, principalmente por causa do primarismo da escrita, é O Poder, que complementa O Segredo, ambos de Rhonda Byrne. Mas livro de auto ajuda é igual novela – ninguém vê, ninguém lê, mas todo mundo dá notícia. A idéia básica do livro é a de que o Universo está pronto para nos dar tudo o que quisermos desde que usemos as chaves certas, que são três – a do Amor, a da Gratidão e a da Brincadeira. Chave falsa não engana o Universo.
Segundo a autora, com a qual concordo plenamente, a gratidão é a mais alta expressão do Amor. Afirma também que quando somos gratos irradiamos a energia do amor e que essa energia certamente voltará para nós – pois é dando que se recebe.
Uma das coisas pelas quais mais me sinto grata nos últimos tempos é ao Recanto das Letras. A oportunidade que esse site me deu, de conhecer pessoas interessantíssimas, através de duas atividades que me dão prazer e alegria (ler e escrever) é realmente fascinante. E é por essa razão que termino essa crônica dizendo: Muito obrigada.
(foto busca Google)