AMOR
AMOR
Passava e te via na sacada, bela, tal qual uma Julieta do século XX, e ficava sonhando em ser teu Romeu. Passado algum tempo lá estava eu, de Romeu, apaixonado, mas ainda impedido de desfrutar da tua presença a todo instante.
Tomado de brios e coragem, tirada sei lá de onde, lá fui eu, pedir para namorar em casa.
Autorizado a desfrutar de tua presença, em dias e horários marcados e rigidamente controlados, passamos 2 anos entre beijos, abraços e amassos roubados. Indo ao cineminha aos domingos, caminhando pela orla da praia e comendo a pizza no Seo João.
Mas era pouco, e ficamos noivos, sem muita pompa e circunstância, porque a grana era curta e lá se foi mais 1 ano, até a data máxima de nosso casamento, onde enfim desfrutamos integralmente de nossa companhia.
De lá para cá, passaram-se 39 anos. Construímos uma vida juntos, com paixão, desentendimentos, conciliação e reconciliação, acertos e erros, momentos felizes e tristes, e frutos que já renderam semente e fruto.
Todavia, durante todo esse tempo, o que nos mantem unidos é o respeito mútuo, companheirismo, individualidade compartilhada e o mais importante o amor, ainda apaixonado, mas principalmente, guardado lá, bem no fundo de nossas mentes e corações.