DOMINGO, 1º DE JANEIRO DE 2012
Estava pensando em como escrever a primeira crônica do ano. Aliás, a última crônica de 2011 – pois ela é preparada antes. Sem uma resposta para os meus pensamentos, liguei para o meu amigo Mário Gerson. E não é que ele, entre uma conversa e outra, deu-me a ideia de uma boa crônica!
Pois é, disse-me ele: rapaz, será que o mundo vai se acabar, mesmo, agora em 2012?
Sei lá, Mário, respondi. Não acredito muito nisso, mas se o domingo, dia 1º, amanhecer e os leitores forem comprar o jornal Gazeta do Oeste e, dentro dele, lerem esta crônica, é sinal de que o mundo não se acabou, certo?
Ou então, disse ele, se o mundo for se acabar no domingo, dia primeiro, e se tiver alguém lendo o jornal Gazeta do Oeste é sinal de que nada de melhor se tem a fazer. Portanto, despedir-se deste mundo lendo uma boa crônica, uma boa poesia ou uma coluna com as notícias mais fresquinhas do mundo literário é sinal de bom gosto.
Sei não, Mário, disse eu. Se o mundo for acabar dia 1º de janeiro de 2012, eu acho que tem coisas mais importantes para se fazer do que ler uma crônica ou uma poesia, não acha?
Pode até ser, concordou ele. Mas, despedir-se de parentes não é lá uma boa. É chororô demais. Melhor é, por exemplo, correr três dias antes e comprar o jornal Clandestino que vai estar nas bancas já a partir de quinta-feira, dia 29/12. Não sou besta nem nada, por isso antecipei o lançamento. Vai que o mundo acabe mesmo, aí eu perco a oportunidade de mostrar as inovações feitas no periódico para os leitores do Clandestino.
Tu és besta mesmo, Mário. Dize-me: o que é que tu vais fazer com o dinheiro dessa antecipação? Que eu saiba, o dinheiro arrecadado com o jornal serve para investir no próximo Clandestino. Agora, se o próximo Clandestino só vai sair no mês de março – e março não existirá mais – em que tu irás investir, de quinta para sábado à noite, o dinheiro “apurado” com a venda antecipada do jornal?
Silêncio do outro lado da linha. Mário, com certeza, estava avaliando melhor a resposta.
Do lado de cá, eu pensava nas inúmeras coisas que se pode fazer numa última ocasião como esta. Afinal de contas, não é todo dia que o mundo se acaba.
Ora, pensei eu, se Deus fez o mundo em 6 dias e no sétimo – justamente o domingo – descansou, eu acho que descansar (sem a conotação de eternidade, pelo menos por enquanto) e tirar o estresse é uma boa escolha para o último dia da nossa vida.
Agora, já pensou em, sendo o último dia do mundo, a pessoa acordar ao amanhecer – preparando-se, claro, para a partida – e ainda se levantar estressado?! Aí não dá! Relaxar, ficar zen, contemplar a natureza que nasce pela derradeira vez, tomar um belo de um café, ler o jornal... Eita! – lá vem o jornal de novo!
Do outro lado da linha, Mário deu sinais de vida (pelo menos nesta semana ele vai conseguir realizar este ato todos os dias – até domingo pela manhã) e deu uma resposta para a pergunta que eu havia feito a ele:
Totonha (apelido “carinhoso” que ele me deu – ainda bem que o mundo vai se acabar!), eu vou pegar o dinheiro arrecadado com a venda do Clandestino e comprar todinho de pacotes de café, tomar até a última xícara deles, pegar um bom livro, de preferência do Mestre Rabolu, e nele encontrar uma alternativa de vida em outro planeta, sentenciou.
Quando desligamos os telefones, eu fiquei pensando na tolice que é ficar conjecturando sobre a vida e a morte. Ninguém sabe – com exceção do Pai – qual será o destino do mundo. Não acredito em profecias, muito menos na dos Maias – e, mesmo que seja para se realizar, ainda será para dezembro de 2012. Não, agora, em 1º de janeiro.
Portanto, fiquemos tranquilos e acreditemos apenas naquilo que está escrito no Livro do único Deus que temos. Desta forma, domingo, dia 1º de janeiro, quando estiverem lendo esta crônica, façam melhor: criem vocês mesmos uma bem-humorada crônica de fim de mundo. UM FELIZ ANO DE 2012, com muita paz, saúde e boas leituras no caderno Expressão.
Obs. Imagem da Web
Estava pensando em como escrever a primeira crônica do ano. Aliás, a última crônica de 2011 – pois ela é preparada antes. Sem uma resposta para os meus pensamentos, liguei para o meu amigo Mário Gerson. E não é que ele, entre uma conversa e outra, deu-me a ideia de uma boa crônica!
Pois é, disse-me ele: rapaz, será que o mundo vai se acabar, mesmo, agora em 2012?
Sei lá, Mário, respondi. Não acredito muito nisso, mas se o domingo, dia 1º, amanhecer e os leitores forem comprar o jornal Gazeta do Oeste e, dentro dele, lerem esta crônica, é sinal de que o mundo não se acabou, certo?
Ou então, disse ele, se o mundo for se acabar no domingo, dia primeiro, e se tiver alguém lendo o jornal Gazeta do Oeste é sinal de que nada de melhor se tem a fazer. Portanto, despedir-se deste mundo lendo uma boa crônica, uma boa poesia ou uma coluna com as notícias mais fresquinhas do mundo literário é sinal de bom gosto.
Sei não, Mário, disse eu. Se o mundo for acabar dia 1º de janeiro de 2012, eu acho que tem coisas mais importantes para se fazer do que ler uma crônica ou uma poesia, não acha?
Pode até ser, concordou ele. Mas, despedir-se de parentes não é lá uma boa. É chororô demais. Melhor é, por exemplo, correr três dias antes e comprar o jornal Clandestino que vai estar nas bancas já a partir de quinta-feira, dia 29/12. Não sou besta nem nada, por isso antecipei o lançamento. Vai que o mundo acabe mesmo, aí eu perco a oportunidade de mostrar as inovações feitas no periódico para os leitores do Clandestino.
Tu és besta mesmo, Mário. Dize-me: o que é que tu vais fazer com o dinheiro dessa antecipação? Que eu saiba, o dinheiro arrecadado com o jornal serve para investir no próximo Clandestino. Agora, se o próximo Clandestino só vai sair no mês de março – e março não existirá mais – em que tu irás investir, de quinta para sábado à noite, o dinheiro “apurado” com a venda antecipada do jornal?
Silêncio do outro lado da linha. Mário, com certeza, estava avaliando melhor a resposta.
Do lado de cá, eu pensava nas inúmeras coisas que se pode fazer numa última ocasião como esta. Afinal de contas, não é todo dia que o mundo se acaba.
Ora, pensei eu, se Deus fez o mundo em 6 dias e no sétimo – justamente o domingo – descansou, eu acho que descansar (sem a conotação de eternidade, pelo menos por enquanto) e tirar o estresse é uma boa escolha para o último dia da nossa vida.
Agora, já pensou em, sendo o último dia do mundo, a pessoa acordar ao amanhecer – preparando-se, claro, para a partida – e ainda se levantar estressado?! Aí não dá! Relaxar, ficar zen, contemplar a natureza que nasce pela derradeira vez, tomar um belo de um café, ler o jornal... Eita! – lá vem o jornal de novo!
Do outro lado da linha, Mário deu sinais de vida (pelo menos nesta semana ele vai conseguir realizar este ato todos os dias – até domingo pela manhã) e deu uma resposta para a pergunta que eu havia feito a ele:
Totonha (apelido “carinhoso” que ele me deu – ainda bem que o mundo vai se acabar!), eu vou pegar o dinheiro arrecadado com a venda do Clandestino e comprar todinho de pacotes de café, tomar até a última xícara deles, pegar um bom livro, de preferência do Mestre Rabolu, e nele encontrar uma alternativa de vida em outro planeta, sentenciou.
Quando desligamos os telefones, eu fiquei pensando na tolice que é ficar conjecturando sobre a vida e a morte. Ninguém sabe – com exceção do Pai – qual será o destino do mundo. Não acredito em profecias, muito menos na dos Maias – e, mesmo que seja para se realizar, ainda será para dezembro de 2012. Não, agora, em 1º de janeiro.
Portanto, fiquemos tranquilos e acreditemos apenas naquilo que está escrito no Livro do único Deus que temos. Desta forma, domingo, dia 1º de janeiro, quando estiverem lendo esta crônica, façam melhor: criem vocês mesmos uma bem-humorada crônica de fim de mundo. UM FELIZ ANO DE 2012, com muita paz, saúde e boas leituras no caderno Expressão.
Obs. Imagem da Web