A HISTÓRIA DO ABSORVENTE ÍNTIMO
Este título meio esdrúxulo me ocorreu depois de uma pergunta do meu amigo Ciro Fonseca. Na realidade a curiosidade se referia ao OB e como as mulheres conseguiam usar aquilo. Falei no saco escrotal que as vezes se torna incômodo e ele me veio com essa. Bem, a mulher ficou livre de ter que carregar os órgãos genitais à vista mas, em contrapartida, pela imposição da menstruação, teve que dar tratos à bola para evitar o sangue escorrendo pelas pernas e sujando a roupa. Cada um com seu fardo! E eu, para não fugir à regra, resolvi pesquisar.
Todos sabemos que da Pré-história é muito difícil afirmar algo, uma vez que não existem documentos escritos. E duvido que, com tantos perigos, lutando contra os elementos naturais, alguém ia se preocupar com um simples sangue periódico. A rudeza da vida não fazia o homem muito diferente dos animais. Com certeza o sangue escorria e secava pelas pernas. Imaginem o cheiro! Mas numa época em que não havia aliança entre homens e mulheres, creio que isso não deveria importar muito. Se comiam a sangrenta carne crua dos animais, que diferença havia em comer, quer dizer, dar uma rapidinha com cheiro ou não?
Com relação às mulheres indígenas sabe-se que eram submetidas ao isolamento, ou seja, ficavam longe dos olhos dos outros, sentadas numa espécie de ninho, que absorvia o sangue. Pobres seres, vistas como impuras no período menstrual! Na verdade, desde o tempo das cavernas, a mulher teve que usar muita imaginação para evitar que o sangue escorresse pernas abaixo! Almofadinhas com esponjas marinhas ou ervas, folhas de papiro amaciadas e até pedaços de madeira envolvidos com linho. Imaginem a dor! Na Idade Média passaram a usar toalhinhas higiênicas, feitas de qualquer resto de tecido. Durante a Primeira Guerra Mundial, os cientistas inventaram um tipo de tiras de algodão, super absorvente, para colocar nos feridos; depois da guerra as enfermeiras se deram conta de que essas tiras eram muito úteis para as mulheres. Começaram então pesquisas para a criação de um produto descartável e a pioneira foi a Alemanha com o Hartmann’s. No Brasil, o produto chegou em 1933. Com a marca Jhonson&Jhonson, o famoso Modess fez sucesso por aqui. Nessa época já tinha sido inventado o absorvente interno que chegou no Brasil somente na década de 70. O primeiro produto dessa linha tinha como marca O.B (nome que vem da expressão alemã ohne bine, que significa algo como “sem toalha”).