EU QUERO RELAXAR, OU MELHOR, ESVAIR-ME DE PENSAMENTOS.
Meditar para muitos é um meio usado para se relaxar, mas eu sempre tive que quem medita, medita sobre alguma coisa e por um bom tempo da minha vida o que eu desejava mais era conseguir parar de pensar.
Eu era uma máquina de pensar que prejudicava até ao meu sono que foi, também, sempre irregular.
Já no Yoga há muitas ramificações e estilos, incluindo o método mais difundido no Brasil, mais ligado ao preparo físico, com exercícios que melhoram o condicionamento e a elasticidade do corpo.
O meu grande objetivo, e por decênios da minha vida inalcançável, era conseguir não ter pensamento nenhum.
“Conservai puro o foco dos vossos pensamentos, com isto estabelecereis a paz e sereis felizes” nos diz o sábio alemão Abdruschin em sua Mensagem do Graal, “Na Luz da Verdade' há quase um século.
Sempre tive que se conseguisse controlar os próprios pensamentos já seria um progresso e tanto, e um bom inicio para a tão almejada paz ou equilíbrio interior.
Na época que estudei Filosofia dizia-se que é impossível ficarmos sem pensar, mas eu acho que não há paz sem adquirirmos novamente este controle, se não nos tornarmos os gerenciadores da nossa atividade cerebral.
Podemos dizer que se conseguirmos controlar os nossos pensamentos readquiriremos o nosso livre arbítrio, pois com tanto pensar, sem controle, não o temos, pois quem não comanda os seus próprios pensamentos não comanda a sua vida.
Estou morando em uma chácara, o que eu achava que nunca iria me adaptar. O barulho da cidade, as buzinas, as sirenes, as freadas, os sons altos, ouvidos durante toda a vida, fazia do silêncio da natureza um suplício.
Eu sabia que isto era uma anomalia, mas tentei diversas vezes, mas nunca me acertei, até que a vida me levou para uma casa por onde passa um rio revolto nos fundos e onde nos finais de semana, perto da Estrada da Graciosa, em meio da mata atlântica, ferve de tanta gente.
E esta casa foi a minha transição para conseguir viver novamente no silêncio da natureza.
Tinha o barulho, mas quando davam seis horas da tarde, dos finais de semana ou feriados, sumia todo mundo, que voltavam para a capital, e a região ficava, novamente, só com o barulho do rio, o cantar dos grilos e os lusco-fuscos dos vaga-lumes e ai eu saia com meu cachorro para dar uma volta e assim ia até chegar novamente o final de semana.
Este ditame do sábio alemão eu já tenho conhecimento há mais de trinta anos e achei que nunca iria conseguir realizá-lo, mas quando sento hoje na varanda e vejo a calma dos cachorros que ficam à minha volta, nesta hora, eu vejo o quanto temos que aprender com os animais.
Eles ficam acompanhando o silêncio da noite, já mais calmos, até aparecer algum barulho que lhes chame atenção, mas novamente voltam ao seu alerta natural, mas nesta hora, eles são bem mais relaxados, como se a noite fosse ditando novas regras.
Relaxados sem deixarem de estar alertas.
Ficam tão calmos e absortos neste período do entardecer que eu admirando-os estou começando a vivenciar de como é “manter, “em silêncio” o foco dos nossos pensamentos.
A audição é o meio mais fácil de chegarmos ao silêncio, pois embora paradoxal, ele precisa ser escutado, mas esta audição do silêncio só vem com o esvaziamento dos pensamentos.
Procuro focar a minha atenção unicamente na audição, assim como eles.
Os animais possuem um poder de relaxamento, sem perder a atenção, e de viver o presente, que o ser humano deve ter tido, mas perdeu com o desenvolvimento anômalo do seu cérebro que não para mais de pensar.
Mas, independente do que aconteça no mundo, devemos lutar para voltar a consegui-lo, se quisermos ter a verdadeira paz novamente. E cada um de nós, que o consiga, não terá idéia do bem que estará fazendo, já que o que acontece dentro de nós, se irradia para o mundo que nos rodeia.
Ficar ligado, prestar atenção no barulho do vento, escutar o balançar das arvores é não pensar, sem perder, no entanto, o poder de ação, se imediatamente for preciso.
A concentração mental, para não pensar, já é um pensar e nos cansa.
O “não pensar” tem que ser conseguido naturalmente, sem nenhuma mágica, e sim só com a observação da natureza, que nos dá um show neste sentido e a pratica e o exercício de não “pensar”, ou melhor, de ir se esvaziando de pensamentos, vem através do desenvolvimento, e do se soltar, deixando só a audição ativa.
A natureza se harmoniza ao cair da noite, ela predomina nesta hora, e parece que tudo vai para os seus lugares como uma peça de teatro, onde todos os elementos repetindo os movimentos por milênios já o fazem já sem nem sentir.
Você não precisa ficar em alguma posição em especial, pois como ocidentais não estamos acostumados a estes rituais, por mais que nos esforcemos nunca será tão natural quanto nos orientais, que já são, inclusive, mais silenciosos e harmonizados naturalmente.
No ocidente, principalmente para as nossas bandas, a meditação se difundiu mais a partir dos anos sessenta, setenta, então é muito pouco tempo para já ter se tornado natural como no oriente, onde até nas praças de agitadíssimas Hong Kongs, todos finais de tardes sempre tem alguém praticando o Tai shi.
Vejo meio infrutífero, mas é a minha opinião, você ficar em um horário determinado sentado em determinada posição se dali já saímos como ocidentais novamente, pensando em mil coisas, então, o melhor horário é, depois de um bom banho e antes de irmos dormir, neste interstício, “perder uns dez minutos” junto do ar da noite, nem que seja na calçadinha do prédio
Só que em vez de dizermos interiormente “Eu vou meditar” devemos dizer:
“Eu vou esvaziar-me dos pensamentos. Vou me focar, com a minha audição, naquilo que acontece à minha volta”
Este “esvaziar de pensamentos” está ao alcance de qualquer um, sem nenhuma necessidade de pagar alguma mensalidade, nem de ter um horário demarcado em um lugar que não seja a sua casa.
O melhor lugar para você esvair-se dos seus pensamentos é em alguns minutos antes de ir se deitar. Neste momento, se desligue de tudo, e se concentre somente na tua audição.
Sinta como, com a noite, vem junto algo que foi feito para nos fazer bem, mas que não usufruímos mais por causa da televisão e de outros hábitos, normalmente barulhentos, que temos no ocidente.
Não damos mais valor para as coisas simples e é nelas que está o não pensar e, com este, o relaxar.
"Não é o lugar em que nos encontramos nem as exterioridades que tornam as pessoas felizes; a felicidade provém do íntimo, daquilo que o ser humano sente dentro de sí mesmo' Roselis von Sass - graal.org.br
Meditar para muitos é um meio usado para se relaxar, mas eu sempre tive que quem medita, medita sobre alguma coisa e por um bom tempo da minha vida o que eu desejava mais era conseguir parar de pensar.
Eu era uma máquina de pensar que prejudicava até ao meu sono que foi, também, sempre irregular.
Já no Yoga há muitas ramificações e estilos, incluindo o método mais difundido no Brasil, mais ligado ao preparo físico, com exercícios que melhoram o condicionamento e a elasticidade do corpo.
O meu grande objetivo, e por decênios da minha vida inalcançável, era conseguir não ter pensamento nenhum.
“Conservai puro o foco dos vossos pensamentos, com isto estabelecereis a paz e sereis felizes” nos diz o sábio alemão Abdruschin em sua Mensagem do Graal, “Na Luz da Verdade' há quase um século.
Sempre tive que se conseguisse controlar os próprios pensamentos já seria um progresso e tanto, e um bom inicio para a tão almejada paz ou equilíbrio interior.
Na época que estudei Filosofia dizia-se que é impossível ficarmos sem pensar, mas eu acho que não há paz sem adquirirmos novamente este controle, se não nos tornarmos os gerenciadores da nossa atividade cerebral.
Podemos dizer que se conseguirmos controlar os nossos pensamentos readquiriremos o nosso livre arbítrio, pois com tanto pensar, sem controle, não o temos, pois quem não comanda os seus próprios pensamentos não comanda a sua vida.
Estou morando em uma chácara, o que eu achava que nunca iria me adaptar. O barulho da cidade, as buzinas, as sirenes, as freadas, os sons altos, ouvidos durante toda a vida, fazia do silêncio da natureza um suplício.
Eu sabia que isto era uma anomalia, mas tentei diversas vezes, mas nunca me acertei, até que a vida me levou para uma casa por onde passa um rio revolto nos fundos e onde nos finais de semana, perto da Estrada da Graciosa, em meio da mata atlântica, ferve de tanta gente.
E esta casa foi a minha transição para conseguir viver novamente no silêncio da natureza.
Tinha o barulho, mas quando davam seis horas da tarde, dos finais de semana ou feriados, sumia todo mundo, que voltavam para a capital, e a região ficava, novamente, só com o barulho do rio, o cantar dos grilos e os lusco-fuscos dos vaga-lumes e ai eu saia com meu cachorro para dar uma volta e assim ia até chegar novamente o final de semana.
Este ditame do sábio alemão eu já tenho conhecimento há mais de trinta anos e achei que nunca iria conseguir realizá-lo, mas quando sento hoje na varanda e vejo a calma dos cachorros que ficam à minha volta, nesta hora, eu vejo o quanto temos que aprender com os animais.
Eles ficam acompanhando o silêncio da noite, já mais calmos, até aparecer algum barulho que lhes chame atenção, mas novamente voltam ao seu alerta natural, mas nesta hora, eles são bem mais relaxados, como se a noite fosse ditando novas regras.
Relaxados sem deixarem de estar alertas.
Ficam tão calmos e absortos neste período do entardecer que eu admirando-os estou começando a vivenciar de como é “manter, “em silêncio” o foco dos nossos pensamentos.
A audição é o meio mais fácil de chegarmos ao silêncio, pois embora paradoxal, ele precisa ser escutado, mas esta audição do silêncio só vem com o esvaziamento dos pensamentos.
Procuro focar a minha atenção unicamente na audição, assim como eles.
Os animais possuem um poder de relaxamento, sem perder a atenção, e de viver o presente, que o ser humano deve ter tido, mas perdeu com o desenvolvimento anômalo do seu cérebro que não para mais de pensar.
Mas, independente do que aconteça no mundo, devemos lutar para voltar a consegui-lo, se quisermos ter a verdadeira paz novamente. E cada um de nós, que o consiga, não terá idéia do bem que estará fazendo, já que o que acontece dentro de nós, se irradia para o mundo que nos rodeia.
Ficar ligado, prestar atenção no barulho do vento, escutar o balançar das arvores é não pensar, sem perder, no entanto, o poder de ação, se imediatamente for preciso.
A concentração mental, para não pensar, já é um pensar e nos cansa.
O “não pensar” tem que ser conseguido naturalmente, sem nenhuma mágica, e sim só com a observação da natureza, que nos dá um show neste sentido e a pratica e o exercício de não “pensar”, ou melhor, de ir se esvaziando de pensamentos, vem através do desenvolvimento, e do se soltar, deixando só a audição ativa.
A natureza se harmoniza ao cair da noite, ela predomina nesta hora, e parece que tudo vai para os seus lugares como uma peça de teatro, onde todos os elementos repetindo os movimentos por milênios já o fazem já sem nem sentir.
Você não precisa ficar em alguma posição em especial, pois como ocidentais não estamos acostumados a estes rituais, por mais que nos esforcemos nunca será tão natural quanto nos orientais, que já são, inclusive, mais silenciosos e harmonizados naturalmente.
No ocidente, principalmente para as nossas bandas, a meditação se difundiu mais a partir dos anos sessenta, setenta, então é muito pouco tempo para já ter se tornado natural como no oriente, onde até nas praças de agitadíssimas Hong Kongs, todos finais de tardes sempre tem alguém praticando o Tai shi.
Vejo meio infrutífero, mas é a minha opinião, você ficar em um horário determinado sentado em determinada posição se dali já saímos como ocidentais novamente, pensando em mil coisas, então, o melhor horário é, depois de um bom banho e antes de irmos dormir, neste interstício, “perder uns dez minutos” junto do ar da noite, nem que seja na calçadinha do prédio
Só que em vez de dizermos interiormente “Eu vou meditar” devemos dizer:
“Eu vou esvaziar-me dos pensamentos. Vou me focar, com a minha audição, naquilo que acontece à minha volta”
Este “esvaziar de pensamentos” está ao alcance de qualquer um, sem nenhuma necessidade de pagar alguma mensalidade, nem de ter um horário demarcado em um lugar que não seja a sua casa.
O melhor lugar para você esvair-se dos seus pensamentos é em alguns minutos antes de ir se deitar. Neste momento, se desligue de tudo, e se concentre somente na tua audição.
Sinta como, com a noite, vem junto algo que foi feito para nos fazer bem, mas que não usufruímos mais por causa da televisão e de outros hábitos, normalmente barulhentos, que temos no ocidente.
Não damos mais valor para as coisas simples e é nelas que está o não pensar e, com este, o relaxar.
"Não é o lugar em que nos encontramos nem as exterioridades que tornam as pessoas felizes; a felicidade provém do íntimo, daquilo que o ser humano sente dentro de sí mesmo' Roselis von Sass - graal.org.br