Camila
Ah este nome! que tanto faço questão de esquecer, que evito até falar para não doer, aquele nome tão comum dentre tantos outros, mas me assusta, assusta tanto, que não sei fazer nada a não ser me encolher, encolher? É só para não gritar, não enlouquecer, ouvir este nome é a evidência clara de amar, e lembrar aquela de mesmo nome, e a dor desgraçada de não tê-la. Mas na minha vida, vida complicada, onde milhares de Camila tiram minha calma, bobeira você pode até achar, vou tentar explicar, mais do que ninguém sei que nenhuma é igual à outra, eu que às vezes caio na desilusão de comparar, é o som de cada letra que me apavora, C.A.M.I.L.A, elas saem lentamente, como naquelas aulas de fonema, e depois que se apresentam não me largam mais, e como eco fincam na minha mente, primeiro alto e depois baixo até sumir, então começa o desespero, a palavra sumir que é quase o mesmo que deixar, desaparecer, abandonar; a lembrança de tudo que se passou, ou melhor dizendo, não passou, para ser mais claro, nem aconteceu, sem querer relembrar o passado vou ser breve a descreve-lo, amor a primeira vista e pelo visto o primeiro, único e espero não o último, por que ainda desejo amar, pode ser outra Camila, vai saber, o destino sempre me prega essas peças, mas dessa vez que não se pareçam, ou que se pareçam, mas que pelo menos dessa vez não me diga não ou nunca como esta mesma, e que ao som de seu nome eu não encolha, mais cresça, e flutue como uma bola de gás suspensa no ar, nada de murchar como desta vez.
Sabe, pode parecer exagero, alguns diriam caso de um psicólogo, mais eu já vi estórias bem piores que a minha, um cara que tem medo de borboletas, coitadas, diz se há algum perigo nisto? Agora um nome, é sim de apavorar, ainda mais se acompanhado dele vem o pior dos maiores perigos, o perigo de amar.
Não é minha intenção desmerecer o que senti, afinal ainda sinto, mesmo que sinta muito, é que anda tão embaralhado, entre as tantas Camilas que conheço, amar alguma outra Camila que não seja a Camila que desejo.