Jataí, o berço de Brasília
Estive esses dias em Brasília e em cada vez que lá vou, sinto a magnitude dessa cidade maravilhosa que vi nascer e que, para a minha alegria , continua belíssima. Sinto o pulsar de seu povo, ordeiro e trabalhador. Vejo estampado na face de cada brasiliense, o orgulho que carrega consigo em habitar àquela cidade nascida em pleno planalto goiano. Suas largas avenidas e edifícios majestosos transmitem a idéia de uma cidade futurista, como de fato o é. Cada detalhe em seu traçado, fala-me do caráter peremptório de Juscelino Kubitschek, seu fundador. Embalado por esse clima contagiante que essa cidade me passa, resolvo fazer uma visita ao primo, Albanir Miranda de Carvalho, um jataiense que partiu de Jataí há 30 anos e lá reside na Asa Sul com sua família. Ao reencontrá-lo, notei de cara a satisfação que tem em ter escolhido àquela cidade para criar e educar sua prole. Conversamos bastante, e, claro, o assunto girou mais em torno da epopéia de Juscelino Kubstichek de Oliveira, que em 42 meses apenas construira a capital do Brasil.
Conversa vai, conversa vem e o assunto não se esgota. Falamos sobre o carioca, Oscar Niemayer; o mineiro, Israel Pinheiro; o francês, Lúcio Costa e também sobre o carioca, Bernardo Sayão. Em dado momento, o Albanir me interrompe e diz : Gostaria de sugerir ao atual Prefeito de Jataí, Fernando Henrique Peres, nosso conterrâneo e amigo, que adotasse o slogam, "JATAI, O BERÇO DE BRASÍLIA", que poderia inclusive ser transformado em logomarca e escrito nos pára-choques dos veículos da prefeitura, nas placas de acesso à cidade, enfim, aonde se fizer necessário. Segundo o Albanir, essa sua sugestão suscitaria a curiosidade de muitos no tocante à história da criação de Brasília e estaria homenageando a cidade de Jataí, e ao Toniquinho, que, a bem da verdade, foi a mola propulsora para se materializar o sonho de José Bonifácio que em 1.823 apresentara projeto de mudança da nova capital, sugerindo já naquela época o nome, Brasília.
Tanto eu, como o Albanir somos parentes do Toniquinho JK e, por isso, cada vez que mencionamos Brasília, naturalmente surge a figura predestinada do nosso parente, cujo nome verdadeiro é, Antonio Soares Neto, que naquele longínquo ano de 1.955 no primeiro comício de JK rumo à presidência da República, realizado em Jataí, usa da palavra e faz a pergunta ao então candidato Juscelino, "O senhor mudará a capital do país para o Planalto Central, como está previsto nas Disposições Transitórias da Constituição ?". Por isso tudo, a figura de nosso parente, interlocutor presidencial, se agiganta quando o próprio Juscelino afirma em seu livro, "Por que construi Brasília", onde diz: "A afirmação do comício em Jataí fora política até certo ponto. Até então, eu não me havia preocupado com o problema. Entretanto, a partir dali, e o desdobramento da jornada eleitoral – quando percorri o país inteiro – deixei-me empolgar pela idéia."