Um Quase Presente de Natal

Ele já era um moço. Cheio de planos para a vida. Ainda não havia chegado aos 25 e planejava casar-se aos 25. E nada de casar grávido.

Vira quase todos os primos casarem-se nessa situação e, resoluto, decidira que não queria assim para ele. Enfim, um homem. Trabalhador, cheio de energia. Quem pudera imaginar que um simples sonho, ou talvez nem tão simples assim, mas enfim um sonho, pudesse abalar as estruturas daquele forte moço. Mas assim foi. Acordou de manhã, totalmente desestruturado, e nessa situação, chorando feito uma criança ligou para a irmã. Logo cedo, assim que ela assumira o seu posto no trabalho atendera a ligação. Alguem chorando do outro lado.

Preocupada, demorou até para perceber quem é que estava lá do outro lado. Agoniada, questiona.

- Mas o que aconteceu? Chorando ele respondia:

- O pai.

- O que é que tem ele?

- Sonhei com ele.

- Mas porque voce está assim?

- Já se acalmando, começou a contar sua desdita.

Sonhou que o seu pai tinha aparecido e ia lhe dar um presente de Natal.

Vira na lateral de uma parede, a roda de uma bicicleta aparecendo bem devagar; na maior alegria, foi vendo aquela roda crescendo quando, numa mistura de sentimentos percebeu que junto com a bicicleta também ele, o pai ia aparecer. Ansioso, foi vendo aquela cena perturbando-se com a miscelânia de sentimentos que o invadia. Não sabia se ficava feliz pelo presente ou se porque, pela primeira vez iria ver o pai. Já nem sabia o que era o presente.

Consegue imaginar uma cena assim?!

De repente, naquela agonia toda, o ser acorda. Com toda aquela carga emocional. Chorou, chorou tanto e ligou para a irmã que tentou acalmá-lo. Até hoje, ele não ganhou o presente de Natal dos sonhos.

Nilamaria
Enviado por Nilamaria em 19/11/2011
Reeditado em 04/12/2011
Código do texto: T3345110
Classificação de conteúdo: seguro