A DIFICIL TAREFA DE ESCREVER
Escrever não é tarefa fácil. Mesmo para pessoas com formação universitária. Quase todos, de alguma maneira tropeçam na gramática. Seja na colocação de uma vírgula, numa crase ou no tempo verbal. Para mim, de pouca escolaridade, então, é uma tortura. A escolaridade, tida como primária, tem uma linguagem pobre e cheia de erros ortográficos, muitas vezes misturada com dialetos, sem problemas, pois reflete a cultura do país. Tudo isso nos leva a pensar sobre o alto índice de analfabetismo por esse Brasil afora.
Certa vez, ao passar próximo de uma construção civil li o aviso: NÃO A VAGA. Um gozador escreveu embaixo: NEM PARA O H. Li numa sub-delegacia de um vilarejo: COARTEL PULICIAL e juro que li numa barbearia do interior: CURTUME DE CABELO 1,50 FASSUME DE BARBA 1,00. Nos grandes centros urbanos observamos muitas placas ofendendo o vernáculo.
Conta-se uma história a respeito de um fazendeiro dos cafundós de Minas, compadre de Getúlio Vargas, durante a segunda guerra mundial, sobre a falta de SAL na pequena cidade. O fazendeiro passou um telegrama ao poderoso compadre, pedindo uma solução: “manda pra mim 2 vagão de CAL”.
Há também montagens de palavras sarcásticas. Por exemplo: Pilantropia; prostitutos de pesquisas; classe mérdia; parlamentar por paralamentar; proprietário por propri-otário; ministro por sinistro; burocracia por burrocracia e por aí vai.
Sem falar na falta de atenção ao escrever. Dizem que num documento (com papel timbrado e tudo) de liberação de verba assinado por Rosane Collor, o “distraído” digitador trocou o C pelo P e frase que deveria ser CARENTES DE ALAGOAS, vejam só, saiu PARENTES DE ALAGOAS. Deu um quiprocó dos diabos na LBA.
Há no momento uma polêmica sobre uma cartilha distribuída pelo MEC onde premia a linguagem coloquial. Não sou letrado, daí não tenho nenhuma opinião formada a respeito.