Há diferença entre verdade, justiça e reconciliação?

Há diferença entre verdade, justiça e reconciliação?

Reconciliação é um termo muito complicado, pois há diferentes tipos. Existe o “brigamos no passado, mas agora somos amigos” e “apagamos o passado”, ou aquela reconciliação com puro gesto simbólico onde os dois maiores líderes se encontram e se abraçam publicamente. Mas ambas não são reconciliações reais. Se for possível a reconciliação, ela tem que passar pela verdade e pela justiça.

Mas a verdade tampouco é suficiente porque cai na dinâmica da chantagem, como em algum momento faz a direita e o Exército, na mesa de diálogo e negociação. A proposta era “nós damos as informações, mas vocês não nos processam”. “Ou, nós damos as informações, mas vocês não publiquem”. É o mesmo que dizer “nós damos pra vocês a verdade, mas não a justiça”, que obviamente não foi aceito pelas organizações de direitos humanos.

“A ideia de não enfrentar a verdade é a de liquidar o passado. O problema é que as feridas não vão se fechar nunca para as vítimas.” Por essa razão as leis de anistia não têm a capacidade de apagar com borracha o passado, segundo o psicólogo costa-riquenho Ignácio Doble Oropeza, autor do livro “Memórias da dor: Considerações acerca das Comissões da Verdade na América Latina”. Em entrevista concedida à Carta Maior e à revista Cara Amigos, no último dia 21, depois de participar do seminário “Psicologia e Direitos Humanos: Direito à Memória e à Verdade”, concluiu que “o grande estorvo para aqueles que querem apagar o passado são as vítimas”. (Luiz Nassif).

É isso aí!

Acácio

Acácio Nunes
Enviado por Acácio Nunes em 28/10/2011
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