ONDE ESTOU?
Passo entre as pessoas melancólicas,
Não entendo o sentimento.
Ninguém me percebe entre elas;
As pessoas choram.
Não conheço ninguém.
Aproximo-me de algo que todos querem ver.
Vejo uma mulher pálida e inerte.
Fixo meu olhar naquela figura.
Não sei quem é.
Fico confusa.
Aproximo-me mais um pouco.
Vejo seu rosto sereno em um sono profundo.
Tentei conhecer aquele rosto, não consegui.
O movimento no ambiente é constante e tenso.
Conversas, choros e risos sussurrados se misturam.
Continuo naquele local, sem poder me retirar,
Algo me prende ali.
Quem sou? Onde estou? Quem é a pessoa inerte?
Algo me liga a ela, é como se fossemos a mesma pessoa.
Ela não pode sair de lá, e nem eu daqui.
Passo sem ser notada entre as pessoas presentes,
As pessoas que choram, expressam dores profundas.
As conversas expressam pesar e os risos nervosismo.
Por um momento penso ser eu mesma que estou ali.
Enquanto as pessoas choram e lamentam, sinto-me estranha.
Como se fizesse parte de um outro mundo.
As pessoas se agitam, aproximam-se da mulher inerte, e choram ainda mais.
Ela está em uma caixa de madeira.
A caixa é fechada, perco de vista aquele rosto pálido,
Pergunto-me: onde estão levando-a? Estou indo junto.
Não entendo!
As pessoas que a acompanham expressam profunda tristeza.
E agora? O que estão fazendo?
Colocaram-na em um lugar estranho!
Sinto-me leve, estou flutuando e me afastando cada vez mais dali.
Não ouço mais nada...o silêncio toma conta de mim...
Uma paz nunca sentida envolve-me profundamente.
É como um abraço caloroso jamais experimentado.
Quem sou eu? De nada mais recordo.
ESTOU EM OUTRO PLANO.
ESTAVA NO MEU FUNERAL.