SENTIDOS AGUÇADOS
Desde criança sempre gostei de desenhar alguns dos órgãos dos sentidos, nos cadernos, livros, apostilas, enfim, em tudo eu rabiscava ao menos um olhinho. Aliás, essa prática era muito comum, principalmente durante as aulas mais monótonas, só assim conseguia me manter acordada e atenta às explanações do professor.
A propósito, os olhos, a boca e as mãos são as partes que primeiro chamam a minha atenção numa pessoa, além da voz, o cheiro e até o toque, a temperatura da pele. Depois observo o resto, ou não.
E por falar em sentidos, os meus andam muito aguçados, talvez por causa dessa "eterna" vigília decorrente da absurda leveza do meu sono. O fato é que, realmente, os meus sentidos estão cada vez mais exacerbados.
Parece legal, não é? Pois confesso que às vezes é bem incômodo. Imagine, por exemplo, ouvirmos sons quase imperceptíveis, dia e noite, continuamente, quando o que mais desejamos é silêncio. É uma tortura!
Os odores e sabores acentuadíssimos, a sensibilidade literalmente à flor da pele, enfim, tudo isso não deixa de ter suas vantagens, mas também é difícil de administrar.