NATAL - e o sapatinho na janela
Evaldo da Veiga
Esse era o conselho da vovó Joaninha,
respeitada rezadeira do bairro e adjacências: -
- Mas vai com fé, muita fé; do contrário nada feito.
Evaldo da Veiga
Esse era o conselho da vovó Joaninha,
respeitada rezadeira do bairro e adjacências: -
- Mas vai com fé, muita fé; do contrário nada feito.
Bethinha era uma moça simpática e bem estimada;
e dela se poderia se dizer “uma moça moderna”.
Fazia faculdade de comunicações à noite, trabalhava
duro durante o dia e o tempinho livre aos domingos,
e dela se poderia se dizer “uma moça moderna”.
Fazia faculdade de comunicações à noite, trabalhava
duro durante o dia e o tempinho livre aos domingos,
fazia as unhas, ajeitava os cabelos e sonhava com o seu
Príncipe Encantado, não custa nada sonhar. Sonhava e se acariciava e,
às vezes, já não sabia se sonhava acordada ou se estava sendo
às vezes, já não sabia se sonhava acordada ou se estava sendo
magnificamente possuída em um processo quântico.
Gozava, amava e esperava. Já tinha decidido:
fazer amor somente com o seu Príncipe, ele viria, ela sabia...
Agora então, tudo estava quentinho, quase chegando,
a vovó Joaninha afirmou: - tá na hora, menina, põe o sapatinho
na janela e tenha fé,
por que sem fé não se deve nem atravessar uma rua...
Faz melhor, põe um prato, que o Papai Noel
traz uma coisa bem gostosa pra você!!!
na janela e tenha fé,
por que sem fé não se deve nem atravessar uma rua...
Faz melhor, põe um prato, que o Papai Noel
traz uma coisa bem gostosa pra você!!!
Bem, na noite do dia 24 de dezembro a ansiedade
foi aumentando no movimento do tempo...
O sapatinho, digo, o pratinho, estava bem ali na janela,
ao alcance do olhar da Bethinha...
As horas foram aumentando e, de repente,
aquele homem lindo surge e beija suavemente o pratinho...
É você Anselmo??? - espanta-se Bethinha...
Sim, ninguém menos do que O Anselmo, o pipoqueiro
da esquina, que atuava no ponto há 15 dias.
Bethinha que morria de tesão por ele, mas se sentia recusada,
ele não aparentava intenção...
foi aumentando no movimento do tempo...
O sapatinho, digo, o pratinho, estava bem ali na janela,
ao alcance do olhar da Bethinha...
As horas foram aumentando e, de repente,
aquele homem lindo surge e beija suavemente o pratinho...
É você Anselmo??? - espanta-se Bethinha...
Sim, ninguém menos do que O Anselmo, o pipoqueiro
da esquina, que atuava no ponto há 15 dias.
Bethinha que morria de tesão por ele, mas se sentia recusada,
ele não aparentava intenção...
Amaram-se a noite toda, foi muito delícia e, quando o Sol se apresentou,
eles pediram desculpa ao Rei dos Astros,
fecharam a cortina e continuou aquele processo
de amor e encanto sem fim.
Bethinha tinha curiosidade sobre um mundo de coisas,
mas não se atrevia perguntar, além do mais, como interromper
fecharam a cortina e continuou aquele processo
de amor e encanto sem fim.
Bethinha tinha curiosidade sobre um mundo de coisas,
mas não se atrevia perguntar, além do mais, como interromper
aquele colóquio onde corpo e alma falavam a mesma linguagem;
aquela que, induzida pelo genuíno amor, buscava a purificação,
mas consciente que o corpo precisa alimentar o seu
Santo, Purificado e Pervertido Tesão. Desejo intenso, nato,
Santo, Purificado e Pervertido Tesão. Desejo intenso, nato,
e se mortificado a alma vai para o beleléu.
Rapidamente Anselmo explicou que naqueles 15 dias
transmudado de Pipoqueiro, buscou conhecer bem Bethinha
até o convencimento que ela era a mulher de sua vida.
Que ele tinha vida social e profissional bem definida
e que queria vida a dois, caminhando no mesmo caminho.
transmudado de Pipoqueiro, buscou conhecer bem Bethinha
até o convencimento que ela era a mulher de sua vida.
Que ele tinha vida social e profissional bem definida
e que queria vida a dois, caminhando no mesmo caminho.
Bethinha estava em estado de graça e falou suplicando
com um sorriso lindo e divino: - sim amor, quero tudo que queres...
Mas agora, depois e depois, dá-me Peru, quero Peru.
Estou feliz, preciso comer muito Peru neste Natal,
vou comê-lo, dando-lhe vida.
Mas agora, depois e depois, dá-me Peru, quero Peru.
Estou feliz, preciso comer muito Peru neste Natal,
vou comê-lo, dando-lhe vida.
E o resto você já sabem, foram felizes um tempão,
até que começaram aquelas briguinhas que acabam destruindo tudo e naõ sei se houve reconciliação
até que começaram aquelas briguinhas que acabam destruindo tudo e naõ sei se houve reconciliação
ou se ambos se perderam pelo caminho.
Viva Bethinha, viva, viva o Papai Noel
e, ainda, a Xeninha da Bethinha e o Peru do Anselmo, sem os quais, não teria o Natal
(dos dois, do Anselmo e da Bethinha, é bom redundar
para afastar dúvidas rss).
Viva o Natal!!!
e, ainda, a Xeninha da Bethinha e o Peru do Anselmo, sem os quais, não teria o Natal
(dos dois, do Anselmo e da Bethinha, é bom redundar
para afastar dúvidas rss).
Viva o Natal!!!