Não sei!....
Sempre que possível eu me sento com meu avô e tenho a bela paciência de ouvir suas hilárias histórias,vivenciadas não sei se por sua mente magnífica ou se baseia em acontecimentos de que vem passado nos últimos anos.
E em uma dessas histórias eu e ele lembramos de um apuro que passamos lá em São Paulo.
Estávamos sentados em um desses pontos de ônibus,que por sinal sempre estão lotados de gente que mal conhecemos,sendo assim lá estávamos esperando aquele sempre atrasado transporte coletivo quando uma senhora de média estatura senta-se ao nosso lado,ela bem postada diz:
-Oi tudo bem?!...
-Tudo bem com a graça de Deus! – diz meu avô já esperto com a tal senhora.
-Eu tenho uma casa muito boa sabia,sou bem de vida sabe... – ela.
-Nossa que bom minha senhora Deus lhe abençoe – meu avô
Eu como sempre já estava a par de todos os tipos de acontecimentos,esse eu pude ver com meus próprios olhos e ouvir com esses ouvidos que a Terra a de comer como diz uma avó minha:
-Eu sou viúva,tenho poucos filhos,ganho uma gorda aposentadoria e vivo muito bem- dizia aquela tiazinha tentando ganhar meu avô na pura lábia idosa:
-Que coisa não,a senhora esta bem de vida mesmo – meu avô já perdendo a paciência.
-O vô o ônibus já ta chegando vamos nessa - eu tentando safar nossas peles daquele elo perdido na selva de pedra.
Mesmo assim lá se foi ela junto de nós naquele ônibus que particularmente tornou-se maldito no momento que aquela senhora embarcou,fiquei totalmente sem jeito resolvi então ceder o lugar ao lado do meu avô para ela:
-Fio você não vai se sentar comigo?
-A vô não hein acho que o senhor tem muito assunto pra colocar em dia!
-Seu Filho da Puta,senta aqui logo!!! – meu avô me puxando com uma tremenda força junto dele.
-Ta bem então eu sento com o senhor – eu fui por livre espontânea pressão,mais não deu nem tempo a velhota como se fosse um papa-léguas correu em direção do banco ao lado do meu avô e acomodou-se ao seu lado.
-Mas me diga uma coisa meu adorado senhor – a velha.
-Diga logo o quer de mim?
-Me diga qual é seu nome?
Meu avô que não é besta nem nada começou a pensar,olhou para um lado,olhou para o outro e disse com a cara mais lavada:
-Sabe que eu não sei,num sei nem o que eu to fazendo aqui sabe....
-Mais o senhor não tem uma identidade pra saber?
-Não já num te disse..eu não sei...
-E anos quantos você tem?
-Num faço a mínima idéia disso- meu avô olhando fixamente para aquela velha que já estava lhe atormentando.
-Meu Deus o senhor não sabe de nada mesmo.
Eu torcendo para aquela senhora não olhar para os lados e me ver,sei lá vai que ela me pergunta algo,mais não adiantou muito,ela sem dó nem piedade me faz uma pergunta fulminante:
-E você rapaz bonito,você é neto deste senhor ou só o acompanha?
Bem como eu sou neto dele agi como tal:
-Minha senhora sabe que eu não sei,não sei nem o que eu estou fazendo nesse mundo.
A velha fez uma cara de quem comeu e não gostou e saiu do lado o meu avô,eu rapidamente sentei ao seu lado e disse:
-Caramba quase que nós não saímos dessa né...
-É pra você ver como é a vida, mais me diz uma coisa – meu avô
-Fala ai vô...
-Essa velha é feia que é o demônio,feia pra burro rapaz.
-É vô num sei prefiro mulherres da minha idade.
-Ta me chamando de velho rapaz?
-Tem certeza que você quer que eu responda mesmo a verdade?
-Ta bem poupe-me dos detalhes sórdidos meu neto,já basta a feiúra desta coisa do outro mundo..
-Como assim vô? – eu muito curioso com o que ele disse.
-Só pode ser assombração uma coisa dessas meu filho,quanto mais eu rezo mais fantasma me aparece....não sei o que eu tenho..só atraio coisa feia mesmo...