Um Novo Inimigo - Capítulo 3

Passou-se um mês...

Um vazio tomava conta de meu corpo, de minha alma.

Tive que me desfazer de Leila, seu corpo já estava em estado de putrefação, o cheiro que ela exalava de carne podre, superava o forte cheiro de formol.

Era uma tarde de domingo, a cidade estava calma, faziam-se 11ºC e o frio ligado com fortes rajadas de vento, fazia com que a maioria dos moradores permanecessem em casa.

Aproveitei esse período para levar Leila para longe de minha casa.

Não havia ninguém nos corredores, nenhum dos vizinhos conseguiu nos ver enquanto eu descia com o corpo de minha amada. Coloquei-a dentro do porta-malas embalada em um saco plástico preto, e iniciei meu trajeto.

Sai da rua Lancaster St em direção a noroeste, entrando na rua Webber St rumo ao Teatro Nacional, o local em que nós nos conhecemos.

De frente para o belo Rio Tâmisa, perto da London Eye, a enorme Roda Gigante, da qual se pode ver toda a maravilhosa cidade... Mas nada daquilo mais valia, agora que eu teria que deixa-la.

Após isso, fomos para a porte Waterloo, o local da nossa despedida.

Abri o saco plástico que envolvia o seu corpo, e a beijei pela última vez na minha vida, jamais iria esquece-la...

Com um forte barulho provocado pelo impacto, seu corpo ficou submerso pela água, e logo desapareceu do alcance de meus olhos, indo para as profundezas, onde finalmente descansaria em paz.

Estacionei meu carro do lado de fora do prédio, à noite, eu iniciaria uma nova caçada. O gosto amargo da despedida não me deixava, nada que eu fazia poderia saciar a minha saudade, só de ver a cadeira onde ela ficava sentada, me esperando todo o dia, me causava um sentimento estranho.

Mas algo que eu não havia planejado aconteceu, Sthephany bateu desesperadamente na minha porta, algo de errado havia acontecido.

Abri a porta com calma, e a bela moça disparou em palavras...

- Senhor! Por favor! Recebi uma ligação de minha mãe, parece que invadiram a casa dela... Acabei de ver o senhor chegando de carro, eu não tenho como chegar lá, o senhor tem como me levar? Por Favor?

Eu não havia entendido o que estava acontecendo, o desespero da moça me agoniava, e impulsionado pelo amor que eu sentia por ela aceitei em ajuda-la.

Peguei as chaves do carro e desci com ela pelas escadas aos tropeços.

Entramos no carro, liguei o motor enquanto ela me indicava o caminho a ser percorrido. Com os nervos mais calmos ela disparou:

- Que cheiro forte! Esta me dando dor de cabeça...

Um calafrio me percorreu a espinha, olhei para ela que esperava de mim uma resposta.

- Dobrar a direita? - Falei tentando desviar o assunto.

- Esquerda! - Ela falou apressada.

Atravessamos praticamente metade da cidade até chegarmos em uma casa simples de madeira, descemos do carro, subimos os degraus da casa e entramos.

- A porta foi forçada, arrombaram a casa. - Disse Sthephany.

Entramos na casa e vimos manchas de sangue em toda a parte, mas não havia nenhum corpo.

Sthephany desandou em choros já temendo o pior, e eu, acostumado com tudo aquilo, segui frio andando pelos cômodos.

Na sala dos fundos, bem mobiliada estava o corpo da mãe de Sthephany, jogado sobre o tapete e dela fluindo uma enorme poça da sangue.

- Eu já liguei para a emergência... Você não vai querer ver isso! - Ela não me deu ouvidos, tirou meu corpo do caminho e entrou no cômodo.

Aos gritos Sthephany chorava e berrava, não acreditando no que via. Me aproximei do corpo da senhora e medi a pulsação, ela estava muito fraca, mas não estava morta.

Olhei mais de perto as marcas deixadas pelo criminoso, o meu mundo caiu. Eram as marcas produzidas pela Gran Finale, a qual havia falhado, pois a senhora não estava morta.

Sobre o corpo da vitima estava um pequeno cartão com o meu nome, a sorte que Sthephany não tinha visto, pois ela poderia me considerar um suspeito, não que eu não seria capaz de cometer um crime assim...

Iria ler o bilhete com calma, quando eu chegasse em casa, agora, a policia já estava rondando a casa em busca do suspeito e a senhora já estava em uma ambulância a caminho de um hospital.

Levei Sthephany até em casa, e me preparei para dormir, mas após deitar na cama o meu sono nunca mais poderia ser leve, após ter lido aquele bilhete:

"Se longe de onde você está eu faço isso. Imagine só, quando eu sair daqui, e ficar bem pertinho de você... Ass: Papai"

(Próximo - Capitulo 4 - de ( 03/10 à 09/10) Aguardem )

Publicações prévias em http://thewriter14.blogspot.com/ :D

Gabriel Soares
Enviado por Gabriel Soares em 03/10/2011
Reeditado em 09/10/2011
Código do texto: T3255112
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