Cicatrizes servem para nos lembrar o quanto já vivemos
Pequenas ou grandes marcas, intensas ou superficiais, que ficam gravadas em nós. Vestígios incuráveis de uma vida. Fragmentos em forma de linhas desproporcionais, irregulares, tatuadas de acordo com o que aquela fase, aquele momento e aquele alguém deixaram registrado, ali. Marcas espalhadas pelo corpo, coração e alma. Rabiscos e esboços que nem mesmo o tempo pode ser capaz de fazer sumir. Traços antigos, novos, profundos, semi-abertos, em processo de cicatrização, inflamados, quase imperceptíveis, mínimos. Formas de registrar caminhos por onde passamos, lugares por onde ficamos, pessoas que conhecemos e milhares de coisas que nos servem como um alerta: passou, não há mais nada ali para que seja preciso voltar. Peso da dor, da angústia, da tristeza, do sofrimento; marca da lembrança, da felicidade, do "valeu a pena". O passado ainda no presente para nos orientar e nos apontar em direção ao futuro. Não são marcas feias, irreconhecíveis, vergonhosas; são toda a nossa vida, escrita de forma particular para que apenas o dono das mesmas possa identificá-las, lê-las. Estão ali, sempre estarão. A vida sendo feita de alguma maneira. A história sendo escrita de forma que não esqueçamos do começo, estando ao meio, e nem o desenvolver de um todo, ao final.