Abro os olhos e já é dia...

Hora de levantar e encarar de frente mais um dia, com direito a tudo o que ele pode - e vai nos oferecer, seja bom ou ruim. Abrir os olhos, ao acordar, é como se tirar do stand-by. Dar play, continuar de onde se parou e prosseguir com aquilo que já estava fazendo. Mas não é engraçado como os dias, às vezes, parecem ser todos iguais? Cansativos, repetitivos, monótonos.Você realiza suas tarefas e cumpre com suas obrigações, como se, ao dormir, fosse passado um relatório de tudo o que é preciso ser feito, mesmo quando nos acontece o que não prevemos e somos pegos de surpresa. Mas, para ser sincera, hoje parei para pensar e observar. E me perguntei quantas vezes, até agora, já não abri e fechei os olhos. Quantas vezes eu já dormi para ter de acordar de novo? E, principalmente, quantas vezes desejei que tudo pudesse passar nessa fração mínima de segundo entre o piscar e abrir dos meus olhos, querendo que já fosse outro dia, outra hora, outro momento? Quantas vezes já não quis prolongar o dia, permanecendo acordada, para que as horas pudessem ser mais duradouras? Quantas vezes já me forcei a dormir só por não me restarem mais forças para que eu pudesse aguentar até o final do dia? E quantos detalhes fui capaz de perder nessa brincadeira de ter de piscar os olhos? Eu não sei, mas acredito que se possa perder muito. Assim como se pode adiar, encurtar, prolongar e desejar ardentemente fazer as coisas sumirem no ar. Sei que parece mínima a importância que isso tem. Sei que posso estar enganada ou então usando uma boa dose de exagero. Mas é nessa brincadeira de abrir e fechar os olhos que sentimos o tempo passar. E é entre um piscar e outro que a vida passa. Abrimos os olhos ao nascer e sabemos que voltaremos a fechá-los; esse intervalo, que nos é dado, é o que chamam de viver.

Tamires Marin
Enviado por Tamires Marin em 21/09/2011
Reeditado em 23/09/2011
Código do texto: T3231742
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