COQUETEL... A força do ID-OMA.

Por Carlos Sena



Tem hora que você fica senhora. Tem minuto que você fica diminuto. Tem tentos que você fica tentado. Tem bunda que você abunda. Tem ouros que lhe faz besouros. Tem ontens que lhe levam a Belo Horizonte. Tem trompa que te fazem trompete. Tem cano que nos fazem canivetes.

Tudo tem
Tudo zen tudo sem. Sem ti, biparto-me. Bipartindo-me divido em saudades.
Tudo zen tudo sem. Semente do bem que da vida brota e se refaz na rota do afeto.
Tudo zen na diversidade da alma
Tudo acalma na praticidade da fala e no frenesi do falo quando te falo baixinho no ouvido.
Tem hora que você fica senhora: do destino.
Tem minuto que você fica diminuto: pequeno diante da corrupção e da violência.
Tem tento que você fica tentado, pelo intento de não negociar sua dignidade com políticos.
Tem bunda que você abunda no mergulho glúteo dos nossos dissabores atrofiados da carne.
Tem ouros que nos faz besouros pela incapacidade de reluzir das cinzas.
Tem ontens que nos leva a Belo Horizonte pela coalhada que é não ser o que se é.
Tem trompas que nos fazem trompete, pela laqueadura do amor no ventre do afeto.
Tem canos que nos faz canivetes pela imperiosa vontade de cortar na carne os pecados do corpo sedento de prazer.

Tudo tem: tempo e tempestade
                  Viola e violência
                  Massa e maçã
                  Afã e afanado
                  Rumor e humor
                  Torpe e torpor

Porque hoje é domingo, pede cachimbo. Dou-te dote. Adote o amor como filho legítimo da vida e da felicidade. O resto vem por osmose, pela fé que remove montanhas... Enquanto lá fora a gente não faz a hora. A hora se faz no agora. Agorafobia? Talvez. Pelo medo que a gente tem de sair para lugares públicos: a insegurança abunda. Abunda falta de respeito pelo cidadão neste país...