NINA MENINA
Nina era uma garotinha doce e muito tímida. Sentia-se isolada, descartada do grupo. E isso acontecia porque ela não concordava com tudo o que a turma queria fazer, então ficava quase sempre de fora. Era tachada de “boazinha, certinha, honestinha, santinha” e tantos outros predicados, todos considerados como defeitos, pode?
Era uma criança recatada, obediente, educada e respeitosa. Sua educação seguia valores éticos de comportamento contrários a quaisquer atitudes que pudessem causar danos de qualquer ordem. E ela sempre seguiu rigorosamente os ensinamentos recebidos. Nunca se rebelou, mesmo quando não concordava com determinados excessos de zelo ou injustiças. Aliás, ela não gosta de exageros, fanatismos, demasias, pois acredita que tudo em excesso faz mal, estraga, sufoca, desequilibra e desarmoniza.
Nina tinha uma visão de mundo extraordinária para a sua pouca idade. Por isso mesmo, afora a timidez e alguns problemas de saúde, teve uma infância tranquila e uma adolescência sem rebeldia e grandes revoltas, tão comuns nessa fase da vida. Ela alegava que, enquanto fosse dependente dos pais, não seria sensato de sua parte querer impor suas opiniões, suas vontades e verdades, pois só provocaria conflitos no seio familiar, e não queria isso. Um dia, quando conquistasse sua independência financeira, aí sim, poderia tomar o leme de sua vida e seguir a sua trajetória como quisesse: errando, acertando; ganhando, perdendo; caindo, levantando; concordando, discordando; chorando, sorrindo...
E assim tem sido a história de Nina, essa pessoa que sempre lutou para alcançar seus objetivos com muita garra, humildade, honestidade, amor ao próximo e respeito acima de tudo.