Leve sua sacola
Há gestos que, por menores que pareçam a outras pessoas, me comovem por serem carregados de simbolismo. Talvez seja sinal de velhice. Talvez seja sensibilidade exacerbada. Hoje vi uma moça juntar do chão e lançar no cesto do lixo um copo vazio de sorvete. Fez isso numa boa, sem reclamar ao vento contra quem o havia deixado ali a dois metros da lixeira.
Nestes tempos falamos muito de reciclagem de lixo e de defesa do ambiente em que vivemos. O que considero maravilhoso e essencial. No entanto, quanto mais nos preocupamos mais lixo temos produzido. Lixo nem sempre reciclável. Agora há um grande debate, por parte de alguns setores da sociedade, quanto ao uso das sacolas plásticas para as compras de supermercado. Atualmente temos plástico mais facilmente degradável, que é utilizado para acondicionar o lixo. Também já há sacolas de supermercado com esse plástico. Paralelo a isto há as sacolas de pano, ainda tímidas, mas que precisam ser adotadas pela sua graça, pela boa ideia que são e não por imposição ou moralismo ecológico.
Nossos pais (e alguns de nós) se lembram de quando iam comprar na mercearia ou no açougue coisas em pequena quantidade: pão embrulhado no papel, manteiga a retalho, um quilo de arroz, meio quilo de feijão, a carne ou o peixe enrolados num papel grosso, legumes, frutas, etc. O que acontecia? Não se comprava mais do que se poderia carregar. Não se levava mais do que se poderia consumir. Até que alguém resolveu facilitar as coisas!... Com a vinda das grandes redes de supermercados surgiram as mais diversas embalagens descartáveis, a mercadoria estrategicamente disposta nas prateleiras, inclusive perto do caixa, de modo que quem entra para comprar um tubo de creme dental sai de lá com mais meia dúzia de coisas. O pessoal da publicidade sabe mais das nossas necessidades do que nós mesmos. E haja lixo seco! E haja impermeabilização do solo!
Se levarmos nossa sacola para as compras, ainda que levemos mais de uma, não compraremos muito mais do que fomos ali buscar. Dificilmente carregaremos para as nossas vidas mais do que realmente necessitamos ou queremos. Levar a sacola nos permitirá não sermos insultados em nossa inteligência pelo bombardeio de mensagens contraditórias de consumo. A quem se engana dizendo que a coca-cola supre a necessidade diária de vitaminas e sais minerais?
Façamos a nossa pequena parte, discretamente, como fez aquela moça recolhendo o lixo alheio. Estaremos assim contribuindo, com leveza, para a leveza do mundo, que mesmo após passarmos por ele continuará a girar.
Há gestos que, por menores que pareçam a outras pessoas, me comovem por serem carregados de simbolismo. Talvez seja sinal de velhice. Talvez seja sensibilidade exacerbada. Hoje vi uma moça juntar do chão e lançar no cesto do lixo um copo vazio de sorvete. Fez isso numa boa, sem reclamar ao vento contra quem o havia deixado ali a dois metros da lixeira.
Nestes tempos falamos muito de reciclagem de lixo e de defesa do ambiente em que vivemos. O que considero maravilhoso e essencial. No entanto, quanto mais nos preocupamos mais lixo temos produzido. Lixo nem sempre reciclável. Agora há um grande debate, por parte de alguns setores da sociedade, quanto ao uso das sacolas plásticas para as compras de supermercado. Atualmente temos plástico mais facilmente degradável, que é utilizado para acondicionar o lixo. Também já há sacolas de supermercado com esse plástico. Paralelo a isto há as sacolas de pano, ainda tímidas, mas que precisam ser adotadas pela sua graça, pela boa ideia que são e não por imposição ou moralismo ecológico.
Nossos pais (e alguns de nós) se lembram de quando iam comprar na mercearia ou no açougue coisas em pequena quantidade: pão embrulhado no papel, manteiga a retalho, um quilo de arroz, meio quilo de feijão, a carne ou o peixe enrolados num papel grosso, legumes, frutas, etc. O que acontecia? Não se comprava mais do que se poderia carregar. Não se levava mais do que se poderia consumir. Até que alguém resolveu facilitar as coisas!... Com a vinda das grandes redes de supermercados surgiram as mais diversas embalagens descartáveis, a mercadoria estrategicamente disposta nas prateleiras, inclusive perto do caixa, de modo que quem entra para comprar um tubo de creme dental sai de lá com mais meia dúzia de coisas. O pessoal da publicidade sabe mais das nossas necessidades do que nós mesmos. E haja lixo seco! E haja impermeabilização do solo!
Se levarmos nossa sacola para as compras, ainda que levemos mais de uma, não compraremos muito mais do que fomos ali buscar. Dificilmente carregaremos para as nossas vidas mais do que realmente necessitamos ou queremos. Levar a sacola nos permitirá não sermos insultados em nossa inteligência pelo bombardeio de mensagens contraditórias de consumo. A quem se engana dizendo que a coca-cola supre a necessidade diária de vitaminas e sais minerais?
Façamos a nossa pequena parte, discretamente, como fez aquela moça recolhendo o lixo alheio. Estaremos assim contribuindo, com leveza, para a leveza do mundo, que mesmo após passarmos por ele continuará a girar.