Caros Viciados
Nada como um trânsito numa sexta feira para que você se realize completamente. Somos viciados nessa cidade louca que entorna pela suas margens, rios poluídos, asfaltos umedecidos de antônimos de compaixão, compaixão que faz motoqueiros e motoristas chegarem ao êxtase da maior cumplicidade que se pode ter com si próprio. Olharemos com outros olhos nada do que seja tão louco e tão absurdo assim como é nosso vicio, isso tudo pela amargura dessa festa chamada cidade.
Faixas de trânsitos geladas assim como uma cerveja que acaba de ser aberta por um qualquer infeliz que passa férias em alguma praia de nosso imenso litoral, as pupilas dilatam com a fumaça preta de nossos carros mais nos deixam sorrindo a toa. Injetaremos veneno em nossas veias cada vez que uma gripe nos pegar pela mudança climática, jogará ao relento toda a tranqüilidade que a paz pode nos trazer e como viciados sempre queremos mais e mais dessa anfetamina que nos deixa a beira de um colapso de ternura, se jogue, viva, não importa a altura, apenas viva.