Um domingo especial
 
Ontem foi um domingo como outro qualquer. Não, não foi. O domingo que passou foi especial por causa dos meus dois pequenos gêmeos. Nem sei se é correto chamar de gêmeos cachorrinhos só porque são da mesma ninhada, mas eu os chamo assim, o Joca e o Pongo.

 Meus pequenos gêmeos schnauzers entraram em minha vida no dia 20 de junho, dia em que também completaram dois meses. Dizer que eles transformaram a minha vida é pouco, transformaram a vida de toda família. Uma família que sempre detestou cachorros. Minha mãe, principalmente. Eu, o que sentia por eles era apenas compaixão. E os achava bonitinhos. Mas certamente não pensava em ter um, quanto mais dois. Aconteceu.

Eu passei pela loja que estrangeiramente chamamos de Pet, o que já me irrita profundamente e os vi, pela vitrine. Com olhares pidões me convidaram a entrar. Eu entrei e a atendente abriu a porta da gaiola onde estavam para que eu os visse de perto. Eles enfiaram a cabecinha ao mesmo tempo e pularam para os meus ombros. Um de cada lado. Saí de lá profundamente apaixonada e acertei que voltaria para buscar um deles. Mas qual? Avisei em casa que na segunda-feira levaria um cachorrinho para casa. Ninguém acreditou. Levei dois. Ninguém reclamou. Pelo contrário, todos se apaixonaram imediatamente e hoje posso dizer que fazem parte da família.
Mas por que eles fizeram o meu dia tão especial?
Foi a primeira vez que dormimos juntos. Logo depois do almoço eu me espichei no tapete da sala e adormeci. Pensei que alguém os levaria dali, mas cada um foi para seu canto e eles se acomodaram cada um em uma almofada e dormiram também. Quando acordei, duas horas mais tarde, não acreditei no que vi. Estávamos ali os três, dormindo o sono dos justos e eles se comportaram como gente. Sem sujeira, sem bagunça. Senti uma ternura tão grande, uma ternura transcendental, que me uniu ao Universo e me conduziu até Deus.