Toque no inverno.

No outono da vida ela caminha sozinha e despreocupada na calma manhã de inverno.

A brisa faz com que se sinta acompanhada.

No peito traz antigas e recentes paixões; por estas exercita-se nesta manhã.

O inverno está deixando as árvores nuas, como a vida tem feito com ela que, aos poucos, perde afetos pra morte.

Detém-se pra ver a sorte que cada folha ao despencar teria...

Uma folha dourada vem de encontro ao seu peito.

Apanhou-a pra olhá-la direito.

Nela vê impressas várias linhas: umas profundas e outras só o vestígio.

Foi como olhar-se no espelho.

No meio da calçada em pleno inverno, uma folha amarelada a tocou.

Anita D Cambuim
Enviado por Anita D Cambuim em 06/08/2011
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