Toque no inverno.
No outono da vida ela caminha sozinha e despreocupada na calma manhã de inverno.
A brisa faz com que se sinta acompanhada.
No peito traz antigas e recentes paixões; por estas exercita-se nesta manhã.
O inverno está deixando as árvores nuas, como a vida tem feito com ela que, aos poucos, perde afetos pra morte.
Detém-se pra ver a sorte que cada folha ao despencar teria...
Uma folha dourada vem de encontro ao seu peito.
Apanhou-a pra olhá-la direito.
Nela vê impressas várias linhas: umas profundas e outras só o vestígio.
Foi como olhar-se no espelho.
No meio da calçada em pleno inverno, uma folha amarelada a tocou.