A COMÉDIA HUMANA
Cortina aberta e você tem diante dos olhos um babélico espetáculo, levado à cena no Teatro da Vida!
Infinitas manifestações de arte são apresentadas ininterruptamente; atos, cenas, figurinos, cenários e uma enorme "troupe" de figurantes, de extrema variedade, desfila conjuntamente, indo muito além da imaginação de Balzac.
O palco é giratório, de forma que, em ritmo alucinante, tudo passa extremamente rápido, mas se olhar com muita atenção, certamente verá alí, em ação, reis e vassalos, príncipes e mendigos, cavaleiros e escudeiros, cavalheiros e bandidos, amantes e amadas, fadas e feiticeiras, ladrões e paladinos, avarentos e mecenas, à semelhança de Romeu e Julieta, Quixote e Dulcinéia, Arthur da Távola, Hamlet e Claudius, Perí e Cecí, Cesar e Brutus, Édipo e Jocasta, Dimas e Barrabás...outros tantos passarão por você, mas não serão claramente percebidos, encobertos que estarão pelo nimbo do tempo.
Não há poço, nem orquestra, pois os músicos são, eles também, figurantes desta monumental encenação. Maestro só há um, que rege tudo, mas nunca aparece; Ele trabalha silenciosamente...
Olhe, está percebendo que daquele burburinho salta um vulto para a platéia?
-Ah, eu o conheço muito bem; é o Sr Cronista - o fotógrafo do cotidiano!
Sentado na primeira fila do grande salão vazio, ele olha, absorto, aquele carrossel que gira loucamente. Seu olhar é perscrutador, como o da majestosa águia que volteia sobre o plácido lago espreitando sua presa.
Fica ali, como hipnotizado ou hipnotizador, aguardando o momento que ele sente, pressente, se aproxima, para sua satisfação e tranquilidade.
Esse momento para ele é vital e fugaz; a presa não pode escapar, sob pena de uma espera mais longa, pois ele, como figurante que também é, terá que voltar à cena.
Eis que, de repente, ele a avista e, rapidamente, pinça-a daquele caos e a traz para junto de sí.
Trata-se do menino Tema, garoto manhoso, fujão, que, como o Saci, gosta de pregar peças aos outros ou como mulher bonita, que negaceia, negaceia, antes de se entregar.
Com o menino levado pela mão, dá-lhe melhor tratamento, veste-o com trajes coloridos, assenta-lhe o cabelo revolto, dá polimento aos seus sapatos e, enfim, com o tempo, o menino Tema já é um belo rapaz! Então, o Sr Cronista, satisfeito com o seu trabalho, fá-lo fluir para a ponta de uma caneta ou para o teclado do computador e prepara o "début" do menino fujão, hoje já trasmudado, educado e polido, levando-o, finalmente, à luz, ao seu destino.
Feito isso, novamente na condição de figurante, volta àquele palco e fecha o ciclo!
Como vocês perceberam, o que serviu de tema para esta crônica foi o menino Tema, aquele garoto levado...
Enquanto isso, num teatro cujo pano não cai nunca, o carrossel continua girando, girando e girando numa dança louca...inexoravelmente!
Cortina aberta e você tem diante dos olhos um babélico espetáculo, levado à cena no Teatro da Vida!
Infinitas manifestações de arte são apresentadas ininterruptamente; atos, cenas, figurinos, cenários e uma enorme "troupe" de figurantes, de extrema variedade, desfila conjuntamente, indo muito além da imaginação de Balzac.
O palco é giratório, de forma que, em ritmo alucinante, tudo passa extremamente rápido, mas se olhar com muita atenção, certamente verá alí, em ação, reis e vassalos, príncipes e mendigos, cavaleiros e escudeiros, cavalheiros e bandidos, amantes e amadas, fadas e feiticeiras, ladrões e paladinos, avarentos e mecenas, à semelhança de Romeu e Julieta, Quixote e Dulcinéia, Arthur da Távola, Hamlet e Claudius, Perí e Cecí, Cesar e Brutus, Édipo e Jocasta, Dimas e Barrabás...outros tantos passarão por você, mas não serão claramente percebidos, encobertos que estarão pelo nimbo do tempo.
Não há poço, nem orquestra, pois os músicos são, eles também, figurantes desta monumental encenação. Maestro só há um, que rege tudo, mas nunca aparece; Ele trabalha silenciosamente...
Olhe, está percebendo que daquele burburinho salta um vulto para a platéia?
-Ah, eu o conheço muito bem; é o Sr Cronista - o fotógrafo do cotidiano!
Sentado na primeira fila do grande salão vazio, ele olha, absorto, aquele carrossel que gira loucamente. Seu olhar é perscrutador, como o da majestosa águia que volteia sobre o plácido lago espreitando sua presa.
Fica ali, como hipnotizado ou hipnotizador, aguardando o momento que ele sente, pressente, se aproxima, para sua satisfação e tranquilidade.
Esse momento para ele é vital e fugaz; a presa não pode escapar, sob pena de uma espera mais longa, pois ele, como figurante que também é, terá que voltar à cena.
Eis que, de repente, ele a avista e, rapidamente, pinça-a daquele caos e a traz para junto de sí.
Trata-se do menino Tema, garoto manhoso, fujão, que, como o Saci, gosta de pregar peças aos outros ou como mulher bonita, que negaceia, negaceia, antes de se entregar.
Com o menino levado pela mão, dá-lhe melhor tratamento, veste-o com trajes coloridos, assenta-lhe o cabelo revolto, dá polimento aos seus sapatos e, enfim, com o tempo, o menino Tema já é um belo rapaz! Então, o Sr Cronista, satisfeito com o seu trabalho, fá-lo fluir para a ponta de uma caneta ou para o teclado do computador e prepara o "début" do menino fujão, hoje já trasmudado, educado e polido, levando-o, finalmente, à luz, ao seu destino.
Feito isso, novamente na condição de figurante, volta àquele palco e fecha o ciclo!
Como vocês perceberam, o que serviu de tema para esta crônica foi o menino Tema, aquele garoto levado...
Enquanto isso, num teatro cujo pano não cai nunca, o carrossel continua girando, girando e girando numa dança louca...inexoravelmente!