Personifique-se
Chorei por saudades. Sim, saudades daquilo não tenho, mas que a mente alimenta. Separar o real do imaginário é algo que nunca consegui fazer. Penso, penso muito. Todos os envolvidos em minhas divagações jamais souberam que eu os coloco em situações ora maravilhosas, ora desesperadoras. Meus pensamentos atingem meu coração, tornam-se meus ídolos. Penso no ideal. Tudo penso. Sou absolutamente livre para pensar, mas escravizada por pensamentos. Sim, meus pensamentos me escravizam porque me fazem acreditar em coisas que jamais acontecerão. Isso é sofrimento? Como posso responder. Teria eu queda pelo masoquismo? Mas, masoquismo é gostar de sofrer. Sou inconsciente nesse sofrimento. Quando vejo, estou a pensar.
Citei o choro. O choro da dor, o choro das saudades que não serão mortas. Como se pode matar uma saudade? A saudade jamais se personificou. Fica calada dentro do peito, dentro da lágrima engolida, dentro do pensamento. E o pensamento voltou, mas não posso dar vez a ele. Aqui, a saudade é protagonista.
Saudades do ser, do sorriso, da voz, do toque, do beijo, do afeto, do silêncio.
Sem fim..senfim...serafim...fim em si...