IGNORÂNCIA
Dizem que quanto mais ignorante um povo, mais linha dura deve ser o governo, tese com a qual não concordo, pois povo ignorante precisa de educação e cultura.
Os antigos falavam muito de um tempo carrancismo. Nos rincões de Minas Gerais temos histórias de delegados, coronéis, capitães, sargentos e cabos, que ficaram famosos devido ao uso de métodos cruéis, para combater a criminalidade. Capitão que fazia presos beberem óleo diesel, pistoleiro carregar os ossos de suas vítimas pelas ruas. História policial que levou a cabeça de pistoleiro famoso para o quartel. Uma das histórias mais recentes foi a do delegado Sérgio Paranhos Fleuri, que arrancava os dentes de presos políticos sem anestesia, e outros métodos cruéis.
Conheci os personagens de uma história em que não houve violência, mas o efeito da violência: um espertalhão comprou de um menor um cavalo por uma bagatela. A mãe do menor tentou desfazer o negócio, mas o cara foi irredutível. A mãe do garoto, então, disse que levaria a questão ao famoso cabo do destacamento. O espertalhão pensou um pouco e disse: “Me dá meu dinheiro e leve o cavalo, esse cabo é muito ignorante, vai me arrebentar de tanto bater; vai bater nesse menino, na senhora e até neste pobre cavalo, que não tem nada com isso”.
Diziam que o tal cabo batia no preso até o preso defecar; e batia depois porque o coitado defecou.