Aquele momento ...
Ele era de um lado da cidade. Ela era do outro lado da cidade. E aquela outra era parceira dele do mesmo lado.
Aquela primeira foi a superação, em outras palavras. Foi o diferencial da vida que ele levava. E a do mesmo lado é tão comum quanto a antiga, aquela outra de seu passado.
O fato é que todo dia, ao se acordar, ele se lembra do sorriso e das horas agradáveis que passou com a primeira. A segunda já veio ao comum, como a antiga. Sem graça, risos repetidos, sem novidades.
A primeira seguiu com a vida, mas sentindo aquele aperto, aquele buraco, aquele vazio que nenhuma comida do mundo preenchia. A segunda, acha que está no auge, que tem todos os pensamentos dele voltados pra ela; é repugnante que ela se olha no espelho e se diz a mais bela. Nada de natureza perfeita é belo.
A primeira, sorri triste ao se lembrar dos risos, dos carinhos, mas não pode voltar atrás, há pouco tempo a ser vivido. A segunda se sente exageradamente preenchida. Ele se sente bem, mas não feliz.
A felicidade bateu em sua porta na primeira. Ele não teve força de vontade de segurá-la, por mero capricho e orgulho. Foi para uma segunda chance, mas não é sua chance mais.
Chances como aquela só vem uma vez para poucos.
E esses poucos nunca percebem.