IMAGINEM SE FOSSE UM CABOCLO
Isso foi lá pelos anos cinquenta.
Era um dia muito frio e eu saí atrasado para o trabalho.
Quando cheguei ao portão, dei um espirro e, como não havia levado o lenço, o ranho ficou pendurado. Para evitar que ele encostasse em meu peito eu voltei correndo, curvado pra frente, quase agachado, a fim de poder logo pegar um lenço e me limpar.
Quando entrei dentro de casa, daquele jeito, a Maria, nossa empregada, que era uma pessoa muito ingênua e assustada, antes de se dar conta do que ocorria, exclamou:
"- QUE SUSTO!" "PENSEI QUE ESTAVA BAIXANDO UM CABOCLO NO SENHOR!""