Vestindo roxo com chapéu vermelho...e calçando sapatilhas amarelas.
Já nem me lembro mais quando fiquei sabendo da existência dessa sociedade: O Chapéu Vermelho. Tenho até uma caixa de cartões com o motivo dela, foi minha irmã quem trouxe dos Estados Unidos. Tudo começou como uma grande brincadeira que acabou se transformando também em um negócio rentável.
A Sociedade do Chapéu Vermelho está espalhada pelo mundo e foi inspirada em um poema de Jenny Joseph, chamado Warning, muito interessante, mas toda vez que o encontro, junto vem a informação que existe uma série de restrições a sua tradução e publicação no Brasil. Mas ele começa assim:
“Quando ficar velha, quero vestir roxo com chapéu vermelho, que não combina e fica ridículo em mim”
E foi assim que a história toda começou, sem grandes pretensões: alguém faz 50 anos e recebe de presente um chapéu vermelho e o poema completo. Então, quando outro alguém também faz cinqüenta anos ela dá o mesmo presente: um chapéu vermelho acompanhado do poema rebelde.
A fundadora dessa sociedade foi Sue Cooper e foi ela quem iniciou essa corrente de dar um chapéu vermelho acompanhado do poema a uma amiga. Há muita informação sobre o grupo na net, algumas até bem desencontradas, mas em essência se trata de grupos de mulheres a partir dos cinqüenta anos de idade que costumam se reunirem para se divertirem sem nenhum compromisso e na ocasião usam roupa roxa e chapéu vermelho – com um único objetivo: a diversão.
Se eu fosse fundar uma sociedade similar não seriam essas as cores escolhidas por mim: até gosto delas e faço belos arranjos, tirando fora o chapéu. Minha cor predileta é o amarelo que não combina nem um pouquinho comigo. Por essa razão eu praticamente nada tenho nessa cor – a não ser uma sapatilha de plástico bem ridícula, mas quando as calço eu me sinto como se estivesse com um chapéu vermelho na cabeça: livre, leve e solta.
O poema alinhava uma série de coisas que a autora se propõe a fazer quando ficar velha e livre das convenções e das expectativas a seu respeito, mas não são exatamente as coisas que eu me proponho a fazer para tornar a vida melhor. O que achei interessante foi ela, que escreveu o poema antes dos trinta anos, se dispor a começar logo o ensaio para essa vida – assim, quando ela fizesse cinqüenta anos ninguém iria ficar chocado com suas atitudes.
Para não deixar vocês com água na boca vou reproduzir aqui uma tradução livre do poema que encontrei na net. Verão que muita coisa que a autora se propões a fazer quando for velha não tem graça nenhuma, pelo menos para mim, como por exemplo cuspir na rua. Ou beber uísque, usar luvas de verão ou sapatos de cetim. Prefiro fazer outras coisas, aliás já faço.
Já nem me lembro mais quando fiquei sabendo da existência dessa sociedade: O Chapéu Vermelho. Tenho até uma caixa de cartões com o motivo dela, foi minha irmã quem trouxe dos Estados Unidos. Tudo começou como uma grande brincadeira que acabou se transformando também em um negócio rentável.
A Sociedade do Chapéu Vermelho está espalhada pelo mundo e foi inspirada em um poema de Jenny Joseph, chamado Warning, muito interessante, mas toda vez que o encontro, junto vem a informação que existe uma série de restrições a sua tradução e publicação no Brasil. Mas ele começa assim:
“Quando ficar velha, quero vestir roxo com chapéu vermelho, que não combina e fica ridículo em mim”
E foi assim que a história toda começou, sem grandes pretensões: alguém faz 50 anos e recebe de presente um chapéu vermelho e o poema completo. Então, quando outro alguém também faz cinqüenta anos ela dá o mesmo presente: um chapéu vermelho acompanhado do poema rebelde.
A fundadora dessa sociedade foi Sue Cooper e foi ela quem iniciou essa corrente de dar um chapéu vermelho acompanhado do poema a uma amiga. Há muita informação sobre o grupo na net, algumas até bem desencontradas, mas em essência se trata de grupos de mulheres a partir dos cinqüenta anos de idade que costumam se reunirem para se divertirem sem nenhum compromisso e na ocasião usam roupa roxa e chapéu vermelho – com um único objetivo: a diversão.
Se eu fosse fundar uma sociedade similar não seriam essas as cores escolhidas por mim: até gosto delas e faço belos arranjos, tirando fora o chapéu. Minha cor predileta é o amarelo que não combina nem um pouquinho comigo. Por essa razão eu praticamente nada tenho nessa cor – a não ser uma sapatilha de plástico bem ridícula, mas quando as calço eu me sinto como se estivesse com um chapéu vermelho na cabeça: livre, leve e solta.
O poema alinhava uma série de coisas que a autora se propõe a fazer quando ficar velha e livre das convenções e das expectativas a seu respeito, mas não são exatamente as coisas que eu me proponho a fazer para tornar a vida melhor. O que achei interessante foi ela, que escreveu o poema antes dos trinta anos, se dispor a começar logo o ensaio para essa vida – assim, quando ela fizesse cinqüenta anos ninguém iria ficar chocado com suas atitudes.
Para não deixar vocês com água na boca vou reproduzir aqui uma tradução livre do poema que encontrei na net. Verão que muita coisa que a autora se propões a fazer quando for velha não tem graça nenhuma, pelo menos para mim, como por exemplo cuspir na rua. Ou beber uísque, usar luvas de verão ou sapatos de cetim. Prefiro fazer outras coisas, aliás já faço.
"Quando ficar velha, quero vestir roxo com chapéu vermelho, que não combina e fica ridículo em mim. Vou gastar minha pensão em uísque, luvas de verão e sandálias de cetim e dizer que não tenho dinheiro para a manteiga. Vou sentar-me no meio fio quando estiver cansada, comerei todas as ofertas do supermercado, tocarei as campainhas dos vizinhos, arrastarei meu guarda-chuva nas grades da praça, e só assim me sentirei vingada por ter sido tão séria durante a minha juventude. Vou andar de pantufas na chuva, arrancar flores do jardim dos outros, e cuspir no chão. Vou usar roupas horríveis, engordar sem culpa, comer um quilo de salsicha no almoço, ou passar uma semana só na base de pão e picles. Vou juntar caixinhas, lápis e rótulos de cerveja. Mas enquanto ainda sou jovem, preciso de um tipo de roupa que me proteja da chuva, tenho que pagar o aluguel, não posso dizer palavrão na rua, devo dar bom exemplo às crianças, preciso ler jornal, estar informada, convidar meus amigos para jantar. Por isso, quem sabe... Eu não deva começar a treinar desde agora? Assim ninguém vai ficar chocado quando de repente, eu ficar velha e começar a usar roxo." |
| Obs: Essa é uma tradução livre e, por causa das restrições do direito autoral, não foi possível publicar o poema completo no site. Ele faz parte do livro "Warning: When I Am an Old Woman, I Shall Wear Purple", ainda não traduzido no Brasil. O original pode ser comprado na Amazon |
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