Intervenção Mitológica
Uma bola de fogo explodiu no firmamento, vozes graves de animais se espalharam pela imensidão e um vento frio torceu o vazio que desceu até os homens como tornados devastadores, grandes edificações contorceram sendo atiradas como papéis na escuridão intermitente. A terra se abriu e das profundezas surgiu Hades com sua legião de monstros negros alados e furiosos, suas mandíbulas feito aço faziam a orquestra da tortura com sons ensurdecedores e, planando no centro com sua cabeleira cheirando a borralho e sua capa feito asas de um Condor. O irmão de Zeus sorria como se uma vitória sobre a mortalidade do universo já estivesse consumada. Outra explosão se ouve na infinitude da existência e um rio de sangue inicia sua corredeira, tentando resistência alguns homens se armam em vão, já que suas investidas contra o deus das trevas apenas fortifica a sensação de poder daquele que criou o Kraken para eliminar os Titãs. A matança é sem trégua e o terror é nos quatro cantos, Hades mostra força para dominar o Olimpo e, os Mares para vingar dos irmãos. Zeus sente que é hora de agir, precisa evitar que se acabe desta maneira tudo aquilo que ele criou ao mesmo tempo, lembra que os homens se tornaram egoístas e covardes, que mesmo sem o poder da imortalidade querem destruir tudo que Gaia possui, na esperança de um reinado próprio. Todavia o deus sabe que as pessoas boas estão pagando pelas outras que punindo a revelia, seria uma dupla condenação a estes. Chama então Poseidon o deus dos Mares e aliam-se para derrotar Hades, que pressentindo esta união liberta Kraken do seu submundo. A dantesca criatura que matou os pais dos deuses, não encontra adversários emerge das crateras insalubres e infesta tudo a sua volta com seu odor ácido e sua voraz fome de matar. Poseidon chama Hélio (sol) que vem com Métis (Sabedoria) que por sua vez propõe extrair dos mortais ainda vivos o que eles têm melhor, aquilo que no âmago de todos alimenta a esperança da paz. Zeus chamou Perseu o arredio guerreiro que é seu filho com Danâe, assassinada pelo próprio pai Acrisio. Para propor estratégias que derrotassem o Kraken e em conseqüência seu obscuro e atrocida irmão Hades. Perseu que não aceitava a idéia de semi-deus e nem ao pai pela forma que foi concebido, só decidiu lutar após saber que fanáticos iriam entregar Andrômeda como sacrifício para evitar a destruição da cidade de Argos, para isto Perseu deveria enfrentar Medusa que fora bela e desejada até cair nos encantos de Poseidon e deitar-se com ele no próprio templo da deusa Atena; que tomada por excesso de ódio, transformou o belo cabelo da donzela em serpentes, deixando seu rosto tão horrível de se contemplar que a mera visão dele transformaria todos que o olhassem em pedra. Partiu então Perseu para os buracos da solidão perversa de Medusa no fundo do ódio, sabendo que não poderia olhar nos teus olhos se protejeu com um escudo e decaptou-a. De volta a luta contra o Kraker Perseu estampa aquela cabeça e destroi para sempre a criatura de Hades que sem os seus mais perversos poderes recolhe-se ao inferno de onde veio. Zeus propõe mais alguns séculos de vida ao filho vencedor e estende a mão sobre os passos dos mortais. Métis quer ficar mais presente para aumentar o entendimento entre todos, todavia Gaia chora pois o Kraken antes de morrer deixou exalar do seu corpo uma fumaça que Ovidio chamou de Crack, e muitos dos que inalaram aquela pedra transformada pelos olhos de Medusa não conseguem mais ficar sem aspirá-la.