Não me sinto na obrigação



Algumas pessoas levam ao pé da letra tudo que escrevo. Me pergunto: Será algumas ou maioria? Tudo bem que como atuante ativa por diversas linhas não as considero um produto de qualidade duvidosa e nem desejo que perca sua frágil, temporária, mas garantida credibilidade. Ainda assim não me sinto na condição de cronista dia sim ou dia não, ousada como sou, na obrigação de colocar a mão sobre a bíblia e afirmar ser a pura verdade todos os sentimentos que descrevo através dos meus impulsos irremediáveis do cotidiano. Por que não? Poxa! Quer melhor lugar que em uma página em branco para nos atrevermos a escrever o que vem a cabeça sem obrigação de fazer uma análise didática, moral ou em prol de um estudo bem pensado? Será que não pode um cronista se dar o direito de manifestar como se vestisse roupas de diversos seres para se fazer compreendido? Estou dizendo que faço isso? Para dizer a verdade nem sei explicar o que faço com minhas letras, mas elas me acompanham com o mesmo prazer que eu a elas. Veja bem! Imagine que eu já tenha tido um dia em que tenha odiado melancia e posso falar deste dia no presente, mesmo gostando atualmente de melancia. Outro exemplo é poder dizer em um texto: Pai! Odeio quando o senhor não faz a barba! Na verdade ele nunca deixou de fazer a barba e eu nunca teria coragem de dizer isso a ele mesmo se ele não fizesse. Sem falar que tenho pouquíssimas lembranças do meu pai e eu o amaria com barba ou sem barba. O que quero dizer com tudo isso? Que sou como cronista assim como um poeta fingidor? Não! Apenas procuro me expressar em formas simples e diretas, expandindo pontos de agulhas de seres diferentes de mim, parecidos e até mesmo quase iguais. Se há algo que procuro entre uma linha e outra ou entre textos, diria que seria fugir da mesmice. Portanto se estivesse triste ontem e hoje continuasse triste, diria às minhas letras: dá para me vestir como uma Alice, mesmo sem existir o tal país das maravilhas? Objetivo? Não maltratar meu possível leitor e tentar oferecer uma interessante leitura. E se isso me diferencia de alguns escritores, já me sinto feliz. Caso contrário, ainda assim contento-me com minha retórica.

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Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 06/06/2011
Reeditado em 06/06/2011
Código do texto: T3017072
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