SOLDADOS DE PAPEL
Entre mentiras e falsas verdades, pouco a pouco, vidas vão se esvaindo ao comando do dono do mundo, e por sinal não são poucas. Parecemos não nos importar se detritos humanos fazem florir o vergel americano. São gerações a semear a violência, embasados apenas na ganância e na sede de poder.
Enquanto isso o olho do mundo de viseira se preocupa apenas com o superficial do enredo. Com a mira no olhar alheio, passamos a enxergar com visão turva apenas o que nos direcionam, seguindo o sinuoso traçado, a que nos submete a imprensa compromissada e submissa. A mesma, que passado o tempo e quando nada mais pode ser feito, vem tardiamente, após ter sugado as poderosas e bilionárias tetas, nos revelar a verdade, como sempre o fez.
Fica muito claro a quem queira constatar esse fato, basta sem muito esforço fazer uma retrospectiva e poderão verificar que em todos os episódios relevantes que possamos ter conhecimento, toda veracidade ficou por tempos enrustida em um arsenal de inverdades e verdades omitidas a benefício próprio, de quem quer que seja. Como se não fosse suficiente todo esse estardalhaço, para amenizar, exibem diante de nós as honrarias: Salvas de tiros, medalhas aos heróis e às baixas do front, enquanto no território hostilizado tremulam bandeiras cujos mastros com toda certeza mantêm-se plantados sobre corpos de ingênuos e inocentes patriotas.
Por mais que a imprensa tenha complexo de Pilatos, nossos olhos são lentes e nossa consciência nos cobra a todo tempo uma atitude.
Resta -nos questionar: Quantos? Até quando? E desglobalizar a indiferença. Enquanto o sujeito habilmente manipula as marionetes, desmancham-se, em lágrimas, os soldados de papel.
Saulo Campos
Itabira MG