Carreira Política

Carreira Política

:”Política, a arte de governar”

Gerson Miara Kooler era catarinense.

Nascera em Joinville, crescera em Blumenau, e não concluiu o segundo grau em Itajaí.

Não era bom das contas, dizia.

Sua mãe, meio índia, meio cabocla, vivia da vida boa, à toa.

Quanto ao pai havia um problema.

Sua genitora mantivera relacionamento amoroso com gêmeos univitelinos, e exames de DNA de praxe indicaram Fritz(nome alemão) como sendo o pai.

Acontece que os irmãos, quando próximos, eram iguais.

Simplesmente iguais.

Por ingenuidade ou interesse, dona Miara jurava que os gêmeos eram não diferenciáveis, mesmo na cama, e prosseguia vivendo com os dois.

Após a edição do Plano Collor e respectivo bloqueio da poupança, dona Miara veio a falecer.

A vizinhança dizia que foi uma crise de raiva.

O atestado médico, de óbito, traduziu como derrame cerebral completo com hemorragia nasal, bucal e ocular.

Resumindo, a mulher explodiu.

De raiva.

Gerson Kooler, então, migra para São Paulo e vai trabalhar numa Agência de Cobrança.

A Agência prestava serviço a um pool de doleiros que resolveram se unir para entrar forte no esquema do futebol.

Esquema CBF.

De cobrador a empresário de jogadores foi um pulo.

Seus olhos azuis e cabelos aloirados, tudo enrolado num terno bem passado, ajudou-o ao livre trânsito por Clubes e Federações.

Acompanha duas Copas do Mundo lá de dentro da concentração e acaba se elegendo deputado federal pelo Rio de Janeiro.

Na Câmara faz outras amizades.

Os olhos azuis e aquele jeito da mãe de não diferenciar muito bem o que é e o que não é, acaba catapultando-o a Presidente de qualquer coisa.

Por algumas vezes articula votações que levam a outras Miara, como a dele, a morrerem também.

As explosões de raiva, ao jeito da falecida, personalizam a Excelência e impõe-se de estilo.

É candidato para 2014.

Uma carreira política carismática e tanto.

Um Forrest Gamp brasileiro.

Piloto
Enviado por Piloto em 31/05/2011
Código do texto: T3006082