De repente soou na minha cabeça: “crônicas da cidade”. Expressão tão simples e conhecida que é prescindível de explicação o significado e o conteúdo do que vier a seguir. Mas, naquele momento, foi um programa que havia na antiga Rádio Nacional que me levou ao passado e à lembrança. Cada dia era um conto. Um instantâneo da vida. Um retrato falado de um trecho do dia-a-dia do que ocorria na cidade. A narrativa sempre vinha acompanhada de um fundo musical. Eram contos reflexivos. A Rádio trazia aos nossos ouvidos variados temas realmente interessantes. Tanto era que ia ao ar diariamente e, se persistiu por muito tempo, é porque tinha audiência, que só foi detonada pela modernidade com a vinda da televisão, que fez perecer também os seriados as Aventuras do Anjo e Jerônimo, o Herói do Sertão, sem contar com o saudoso Júlio Lousada. Mas, as crônicas da cidade continuam existindo por aí! Conflitos conjugais. Convivência entre pais e filhos. Episódios no trânsito, no cinema, nos apartamentos de luxo e na pobreza da favela, agora Comunidade. Enfim, envolvia locais, gerações e situações mil, impossível de discriminar todas elas.
A criatividade sempre existiu. Por isso a crônica era tão esperada como cada capítulo de novela que hoje em dia tem a audiência disputada minuto a minuto. Ela tinha apenas um capítulo, mas que era suficiente para causar sentimentos diversos. O fato é que as crônicas existem até mesmo dentro dos nossos próprios lares, na família e por toda a vizinhança. Mais ainda, no trabalho, nas escolas, nas faculdades, enfim, nos mesmos lugares de outrora e acrescento a isso tudo nos shoppings, que ainda não existiam. Muitas crônicas que ouvi serviram de parâmetros para tecer considerações sobre a vida de amigos, vizinhos e conhecidos, a julgar pelas semelhanças das narrativas que se encaixavam como uma luva no contexto de cada um deles. Qualquer semelhança era mera coincidência, mas parecia que não era. Ao longo do tempo, as crônicas ainda existem e já há especialistas para qualquer gosto ou tendência. E os retratos da vida, a exemplo das crônicas, surgiram novas formas de expressão. Cotidianamente, muitos se escravizam a novelas. E há os que buscam nelas alguma semelhança, ou nela se baseiam para fazer algo semelhante ou, no mínimo citar exemplos comparativos. E já teremos aí um caso em que a semelhança deixa de existir por mera coincidência! E costumo dizer que as novelas buscam retratar a vida, em princípio, como ficção, mas que produz “feedback” capaz de aferir o mundo real. Há quem trás das novelas os exemplos. E cá para nós, cada vez mais estapafúrdios. Antigamente os vilões tinham cara de vilões. Hoje em dia, eles são vividos por galãs e estrelas. Daí surge a força sugestiva do personagem. Tal e qual a força da propaganda do cigarro e da cerveja. A loura sugere a Devassa. E muitos se entregam à devassa por conta desse comercial. E a devassa da novela, também não sugere atitudes semelhantes, sob a justificativa de que “ele merece”? Se a questão é merecer, é outra história, mas que valida o que foi sugerido, disso eu não tenho a menor dúvida! Longe de ser moralista, mas não consigo aceitar os exageros. Há galãs que entram na novela e que, de antemão, já dá para adivinhar que ele vai comer quase que o elenco de mulheres com ele compatíveis, certamente. Pura ficção, é claro! Eis aí um jogo plausível e divertido que consiste de adivinhar quantas e quais o famoso galã vai levar pra cama, pro mato, praia, iate, enfim, pra qualquer lugar, a fim de fazer seu papel de predador diante das câmaras! Mas não se iludam em nenhum momento, pois agora esse papel de predador se estendeu também às mulheres! Mulheres predadoras! E os exemplos dão ibope. E a ficção vai tendo cada vez mais chance de se tornar realidade! Se não se torna, pelo menos alimentam sonhos! Como já disse em outro conto, sonhar é preciso!
Té...
A criatividade sempre existiu. Por isso a crônica era tão esperada como cada capítulo de novela que hoje em dia tem a audiência disputada minuto a minuto. Ela tinha apenas um capítulo, mas que era suficiente para causar sentimentos diversos. O fato é que as crônicas existem até mesmo dentro dos nossos próprios lares, na família e por toda a vizinhança. Mais ainda, no trabalho, nas escolas, nas faculdades, enfim, nos mesmos lugares de outrora e acrescento a isso tudo nos shoppings, que ainda não existiam. Muitas crônicas que ouvi serviram de parâmetros para tecer considerações sobre a vida de amigos, vizinhos e conhecidos, a julgar pelas semelhanças das narrativas que se encaixavam como uma luva no contexto de cada um deles. Qualquer semelhança era mera coincidência, mas parecia que não era. Ao longo do tempo, as crônicas ainda existem e já há especialistas para qualquer gosto ou tendência. E os retratos da vida, a exemplo das crônicas, surgiram novas formas de expressão. Cotidianamente, muitos se escravizam a novelas. E há os que buscam nelas alguma semelhança, ou nela se baseiam para fazer algo semelhante ou, no mínimo citar exemplos comparativos. E já teremos aí um caso em que a semelhança deixa de existir por mera coincidência! E costumo dizer que as novelas buscam retratar a vida, em princípio, como ficção, mas que produz “feedback” capaz de aferir o mundo real. Há quem trás das novelas os exemplos. E cá para nós, cada vez mais estapafúrdios. Antigamente os vilões tinham cara de vilões. Hoje em dia, eles são vividos por galãs e estrelas. Daí surge a força sugestiva do personagem. Tal e qual a força da propaganda do cigarro e da cerveja. A loura sugere a Devassa. E muitos se entregam à devassa por conta desse comercial. E a devassa da novela, também não sugere atitudes semelhantes, sob a justificativa de que “ele merece”? Se a questão é merecer, é outra história, mas que valida o que foi sugerido, disso eu não tenho a menor dúvida! Longe de ser moralista, mas não consigo aceitar os exageros. Há galãs que entram na novela e que, de antemão, já dá para adivinhar que ele vai comer quase que o elenco de mulheres com ele compatíveis, certamente. Pura ficção, é claro! Eis aí um jogo plausível e divertido que consiste de adivinhar quantas e quais o famoso galã vai levar pra cama, pro mato, praia, iate, enfim, pra qualquer lugar, a fim de fazer seu papel de predador diante das câmaras! Mas não se iludam em nenhum momento, pois agora esse papel de predador se estendeu também às mulheres! Mulheres predadoras! E os exemplos dão ibope. E a ficção vai tendo cada vez mais chance de se tornar realidade! Se não se torna, pelo menos alimentam sonhos! Como já disse em outro conto, sonhar é preciso!
Té...