Acrósticos (2)

 
        Tenho um texto chamado Acrósticos que é o meu segundo texto mais clicado: 9818 entradas, publicado em novembro de 2007. Chego até a acreditar que ele seja realmente lido. Nele conto como se faz um acróstico, com exemplos próprios. E o que acho mais interessante é que não são os recantistas que o lêem,  – são pessoas que, na maior cara de pau, me pedem para fazer um acróstico. Acho que, se me pagassem qualquer coisa, eu nunca me queixaria dessa minha atividade de escritor sem retorno financeiro. Hoje, uma só leitora me pediu oito acrósticos, com a única explicação de que as homenageadas são educadoras. Sempre respondo gentilmente, mas negando. Talvez seja hora de mudar de tática – aceitar, cobrando adiantado.


        O acróstico é uma forma poética um tanto quanto antiquada, mas muito interessante. Mas o que deve principalmente nortear a feitura de um acróstico é o conhecimento sobre a pessoa a ser homenageada. Alinhavar frases sem sentido e distante da realidade não tem nada a ver. Para eu fazer um acróstico preciso conhecer a pessoa – e gostar dela. Por isso fiz poucos em toda a minha vida. E não teria sentido fazer para um desconhecido, baseada apenas no conhecimento do nome dele. Os que fiz foram apenas exercícios para comprovar que eu havia aprendido. Para fazer sob encomenda sairia bem caro – precisaria de uma grande troca de e-mails e uma disponibilidade de tempo que não disponho para gastar com estranhos. O meu precioso tempo é para mim, a família e os amigos, não necessariamente nessa ordem. Aí sim,não sentirei que estou perdendo tempo, deixando-o escoar por entre os dedos. Estarei gastando-o bem e consolidando com isso só coisas boas, inclusive para uma maior evolução espiritual.

 
     O bom é que não me sinto malvada ao recusar os pedidos. Aprendi que o ser humano deve se bastar o mais que for possível. E fazer acróstico com carinho é tão fácil que qualquer um pode fazer – desde que realmente tenha carinho para distribuir.
 
        
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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