Você já se sentiu as vésperas do fim?


Já sei que dirá que não! Mas veja bem! Você já está presenciando o fim de muitas coisas. O fim da educação pública começou faz tempo. Agora estão lançando uma nova corda, mas deseja que seja colocada no pescoço dos alunos pela conivência incrédula e abobalhada dos professores, que assim eles mesmos serão responsáveis e cada vez mais ridicularizados. Já os verdadeiros responsáveis pelo enorme dano depois dirão que tudo não passou de um mal entendido e a coisa proliferada, ingenuamente experimentada ficou impossível de ser contida por ter caído no gosto estudantil popular.

Falar de cidadania, princípios de dignidade será algo em desuso na agenda dos que fazem tudo valer na hora de fazer prevalecer suas doutrinas pragmáticas, cujo sentido de tudo está em sua utilidade. Mas qual utilidade é a que importa para os governantes em termos educacionais? Apenas econômica e eleitoral. Não é a toa que Bertrand Russel considera a filosofia pragmatista demasiado estreita tornando o homem menor. Mais abrangente é o pensamento de Max Horkheimer em prol da mesma crítica reforça que o pragmatismo fomenta uma sociedade que não dá valor para a reflexão e mediação.

Eu venho agora juntar as nuvenzinhas de fumaça destes dois enquanto somo a diminuição do homem e sua falta de reflexão posso chegar a um total de zero mediação. E não sei por que me veio em mente imagens de homens em guerras sem cavalos alados ou armaduras. Quem sabe imagens dos ensaios sobre a cegueira. Em meio à triste tortura do fim das nossas vidas... Faremos-nos de cegos se o que nos restar for essa passividade sem fim? Teremos como fingir não ver? Não seremos pisoteados em meio ao caos? Teremos lembranças do tempo em que ainda se podia fazer alguma coisa?

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Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 19/05/2011
Reeditado em 19/05/2011
Código do texto: T2979535
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