SEM CULPA PARA VOAR
Não sei se as outras pessoas, assim como eu, pensam acharem-se incompreendidas, no que tange às suas dúvidas, suas incertezas e seus sentimentos, por parte de seus familiares e principalmente os filhos.
Não sinto respaldo no que faço e no que digo, e isto me incomoda profundamente. Longe de mim a pieguice, principalmente nestes casos, mas acho que os filhos, narizes empinados, acreditam saberem tudo de tudo; em assim sendo, fico cheio de dedos para não chacoalhar os seus cérebros privilegiados. Que eles, porém, me desculpem, mas acho que as pessoas nas faixas dos 60 anos, têm massas cinzentas bem mais consistentes.
Será que eles acham que já aprenderam tudo? Lembro-lhes, pois, que na escola da vida, ainda não chegaram a atingir um terço da minha frequência, e terão de caminhar um longo trecho, para alcançarem o patamar que eu já alcancei.
Quando pensamos demais criamos sombras, fantasias, inundando a nossa psique com fantasmas que nos incomodam; mas somos nós mesmos que os criamos. Estas sombras são induzidas falsamente na mente humana. Isto, de certa forma, atormenta muita gente por dias, meses e até anos.
Quando coloquei os primeiros parágrafos deste texto na primeira pessoa, foi de propósito, para lembrar que eu já fui assim. Graças a Deus e a mim mesmo, não mais penso nestes termos. Criei asas e ha muito tempo aprendi a voar, deixei o ninho para que eles crescessem e como eu criasse asas. A síndrome do ninho vazio, não me serve como exemplo, esta condição, deleguei para eles, caso a queiram, e para quem mais precise da lamentação por companheira.
Esse tipo de pensamento acarreta distúrbios à boa convivência, e à interatividade que precisa existir entre faixas etárias diferenciadas. Assim guardo e requeiro a devida distância e o devido respeito entre essas diversas faixas.
Quando se chega a certa idade na vida, necessário se faz compreender que novos horizontes se abrem, novas perspectivas floreiam os nossos caminhos. Só precisamos focar na direção da vida, buscar uma maneira mais leve de olhar o nosso caminhar. Novos vôos, “asas pra que te quero”.
Hoje isso não mais me afeta. Quem almeje alcançar o ponto no qual eu me vejo - e que ainda não é tudo - terá de ralar como eu ralei. E olhe que não foi pouco!
Vez por outra eu paro e penso, nas pessoas que ainda não aprenderam a voar sozinhas. Embora o tempo tenha se alongado, ainda não conseguem executar a contento o esvoaçar, para desfrutarem da mais pura liberdade.
Alcançar os píncaros dessa liberdade é saborear os anos, mesmo os passados, enquanto preso na labuta, para garantir boa acomodação, bem estar e ensinamentos as crias.
Pensar faz parte do nosso dia a dia, mas pensar bem, pensar com prazer nas coisas boas que podemos alcançar, e são tantas, que não nos deixa tempo para pensar o óbvio. “Deixe que digam que pensem que falem”. E eu com isso? Hoje me encontro em um lugar, digamos distante, onde supostamente não há comunicação, embora saiba ser hoje, o mundo globalizado, eu escuto apenas o que me interessa e me dar prazer, vejo apenas o que eu quero ver, e do lado de cá, contemplo apenas as belas paisagens, aquelas que me aprazem, tudo o mais são fantasias de mentes em pane; não há controvérsia quando se diz: filho eu te amo.
Rio, 10/05/2011
Feitosa dos Santos
Não sei se as outras pessoas, assim como eu, pensam acharem-se incompreendidas, no que tange às suas dúvidas, suas incertezas e seus sentimentos, por parte de seus familiares e principalmente os filhos.
Não sinto respaldo no que faço e no que digo, e isto me incomoda profundamente. Longe de mim a pieguice, principalmente nestes casos, mas acho que os filhos, narizes empinados, acreditam saberem tudo de tudo; em assim sendo, fico cheio de dedos para não chacoalhar os seus cérebros privilegiados. Que eles, porém, me desculpem, mas acho que as pessoas nas faixas dos 60 anos, têm massas cinzentas bem mais consistentes.
Será que eles acham que já aprenderam tudo? Lembro-lhes, pois, que na escola da vida, ainda não chegaram a atingir um terço da minha frequência, e terão de caminhar um longo trecho, para alcançarem o patamar que eu já alcancei.
Quando pensamos demais criamos sombras, fantasias, inundando a nossa psique com fantasmas que nos incomodam; mas somos nós mesmos que os criamos. Estas sombras são induzidas falsamente na mente humana. Isto, de certa forma, atormenta muita gente por dias, meses e até anos.
Quando coloquei os primeiros parágrafos deste texto na primeira pessoa, foi de propósito, para lembrar que eu já fui assim. Graças a Deus e a mim mesmo, não mais penso nestes termos. Criei asas e ha muito tempo aprendi a voar, deixei o ninho para que eles crescessem e como eu criasse asas. A síndrome do ninho vazio, não me serve como exemplo, esta condição, deleguei para eles, caso a queiram, e para quem mais precise da lamentação por companheira.
Esse tipo de pensamento acarreta distúrbios à boa convivência, e à interatividade que precisa existir entre faixas etárias diferenciadas. Assim guardo e requeiro a devida distância e o devido respeito entre essas diversas faixas.
Quando se chega a certa idade na vida, necessário se faz compreender que novos horizontes se abrem, novas perspectivas floreiam os nossos caminhos. Só precisamos focar na direção da vida, buscar uma maneira mais leve de olhar o nosso caminhar. Novos vôos, “asas pra que te quero”.
Hoje isso não mais me afeta. Quem almeje alcançar o ponto no qual eu me vejo - e que ainda não é tudo - terá de ralar como eu ralei. E olhe que não foi pouco!
Vez por outra eu paro e penso, nas pessoas que ainda não aprenderam a voar sozinhas. Embora o tempo tenha se alongado, ainda não conseguem executar a contento o esvoaçar, para desfrutarem da mais pura liberdade.
Alcançar os píncaros dessa liberdade é saborear os anos, mesmo os passados, enquanto preso na labuta, para garantir boa acomodação, bem estar e ensinamentos as crias.
Pensar faz parte do nosso dia a dia, mas pensar bem, pensar com prazer nas coisas boas que podemos alcançar, e são tantas, que não nos deixa tempo para pensar o óbvio. “Deixe que digam que pensem que falem”. E eu com isso? Hoje me encontro em um lugar, digamos distante, onde supostamente não há comunicação, embora saiba ser hoje, o mundo globalizado, eu escuto apenas o que me interessa e me dar prazer, vejo apenas o que eu quero ver, e do lado de cá, contemplo apenas as belas paisagens, aquelas que me aprazem, tudo o mais são fantasias de mentes em pane; não há controvérsia quando se diz: filho eu te amo.
Rio, 10/05/2011
Feitosa dos Santos