Abandone os Vícios!

E as garotas por quem choro, tanto amor, assim imploro, sei que não irão voltar. Só que agora tanto tempo é pouco, e querer tudo de novo: só um louco pra clamar.

E os dias esquecidos, os amigos já perdidos? Coleção de bem-querer... Moram todos dentro da memória, guardam consigo as minhas glórias, se assim não for, nem sei viver.

Destes pra narrar-me em falsetes, com os gestos tu me despes, e eu, fingindo que não sou... Atiço o teu favor mais distraído, a que tu prestas divertindo o impulsivo impostor.

Fui além à frente do limite e, mesmo quando a empolgação insiste, eu persisto em ser ausente do possível que é viver feito quem sente o que sempre é sensação...

Perdi tudo e todos. Desafoguei ofegante do fundo do poço. Ainda moço eu tava velho, já tão rico e fiquei pobre, sei que aquilo que não pode não reflete e é espelho.

Quem se preocupa com a rima despreza o soneto.

Ontem abandonei os vícios. Hoje, insisti em abandoná-los. Amanhã escreverei esta crônica para que você possa despertar.

Aliás, uma crônica não devia contar algo relevante?