Flash Back
Ouvir música sempre me fez viajar. Desde menina, perco horas sonhando, criando cenas com trilhas sonoras. A música é parte da minha própria história.
Minha mãe cantarolava Dolores Duran, Agostinho dos Santos, Ataulfo Alves; meu pai, Nélson Gonçalves. Engraçado que mesmo estando em plenos anos 70, eu gostava. Saboreava aqueles versos ainda que naquele momento não tivessem nada a ver comigo.
Guardei-os todos na memória. Até hoje sei cantá-los.
Lembro-me, também, de ouvir nas manhãs de domingo, um programa do governo sobre a história da MPB. Fico pensando que tipo de criança eu era.
A verdade é que na minha lembrança há músicas de todos os tipos, gêneros, letras... Muitas vezes, meus irmãos e eu lustrávamos o chão da nossa casa dançando disco music. Comunicávamos arbitrariamente nossa alegria com todo o bairro, colocando duas caixas de som na janela e elevando o volume ao máximo. Ninguém reclamava.
Mais tarde, já adolescente, minhas paixões sempre tinham uma canção preferida: lenta é claro! Pra fazer chorar aos montes. Normalmente temas de novela.
Saindo da adolescência, trabalhei por nove anos em rádio. Que paraíso!
Hoje, enquanto escrevo, ouço música. Média batida, porque não sofro de amor perdido, mas também não ando por aí saltitando.
Tudo tem seu tempo. O meu, tem acompanhamento musical.