A CORRUPÇÃO COTIDIANA

É hipócrita quem critica a corrupção genérica e em grande escala e pratica a corrupção cotidiana. Não é possível uma “meia integridade” ou “meios princípios”, ou a pessoa é 100% honesta ou não é honesta. A desonestidade começa nas pequenas coisas, no trocado a mais não devolvido, no objeto subtraído de um hotel, de uma escola ou instituição pública, no uso do estacionamento para deficientes não o sendo, enfim, em toda atitude em que se busca alguma vantagem ou facilitação.

A corrupção cotidiana cresce quando tem oportunidade, avançando para a corrupção mais sofisticada. Quando um indivíduo que faz uso cotidiano da corrupção elementar torna-se empresário ou ocupa um cargo público pode utilizar das chances que são lhe dadas para tornar-se um corrupto de mão cheia, abusando de propinas, desvios de recursos, falsificação de documentos e falsidade ideológica e uma série de atividades suspeitas, sob a cortina da burocracia.

É preciso deixar claro que a integridade é a qualidade de estar íntegro, inteiro, ou seja, o caráter reto, sem falta de nenhuma parte. E se uma ação, por mais inocente que pareça, altera essa retidão não há mais integridade. Pois, como disse no início, não há como ser “meio honesto”, por isso quem minimiza ou suaviza a pratica de pequenas corrupções, justifica seus desvios (injustificáveis) ou tolera pequenas corrupções que faz ou é conivente tem uma forte tendência para ser um corrupto profissional. Cuidado amigos. É necessária uma autocrítica. A corrupção cotidiana constitui o germe da grande corrupção.

Sergio Fajardo
Enviado por Sergio Fajardo em 01/05/2011
Reeditado em 01/07/2013
Código do texto: T2942597
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