CRÔNICA #064: NAS GARRAS DE UM MARGINAL - QUOTIDIANO
A Cyanne é uma jovem que foi morar na Capital para trabalhar e estudar.
Juntou algumas economias e comprou uma máquina fotográfica muito sofisticada que, além de fotografar, é gravador, TV e (pasmem!) faz chamadas telefônicas através de três 'chips' de operadoras de celular. É assim que eu costumo falar de aparelhos celulares sofisticados de hoje em dia.
No seu dia de folga, foi passear pela beira-mar no calçadão da Volta da Jurema. Quando de repente, um rapaz, simulando ter uma arma sob o casado cola nela anunciando o assalto: “Vai passando aí o celular aí, vagabunda! E não tente banca a espertinha, senão leva chumbo!”
Cyanne ficou apavorada, mas se esforçou ao máximo para manter a calma. “Onde já se viu? Eu vagabunda! Ele É que é o bandido! Deve estar me confundindo com um espelho”! Ela ficou revoltada, pois aquele celular lhe custara quase três meses de trabalho. Não era justo perdê-lo para um bandido que o venderia no máximo, por 20 reais para comprar drogas. Pediu a Deus calma, se manteve tranquila e assim falou ao marginal:
- “Cidadão! Eu sei que o senhor vai vender o meu celular por qualquer valor ao primeiro receptador que encontrar. Por quanto o senhor pretende vendê-lo?”
- “Esse aqui? Ah, Dona! Uns trinta mango tá de bom tamãi”!
- “Então! Eu tenho aqui R$ 22,00. Vou ficar sem nada, nem pra passagem do ônibus. Me vende o celular pelos vinte e dois?”, pergunta receosa a jovem recém-assaltada.
- “Dona! Num sei o que tá acontecendo comigo! Devo tá amarelano. Vou fazer assim: Mim dá esses vinte mango aí, e fique com os dois pro buzu! E toma aí teu celular!”, respondeu o meliante, arrancando o dinheiro das mãos da Cyanne perplexa. Como num passe de mágica, o larápio desapareceu na multidão e nunca mais ela o viu mais gordo. Mas ficou com uma palpitante história para contar e esta estou eu a relatar.
Agradecida, Cyanne tece uma breve oração de gratidão ao Senhor:
- “Obrigada, Deus, Por preservar minha vida e por recuperar também o meu celular!.
A sua verdadeira identidade e localidade guardo-as em segredo, criando aqui fictícios nomes.