O AMOR É MAIS MODESTO...
Os olhos do mundo já estão voltados para a Abadia de Westminster. Um casamento Real (ou será fantasia?) está mexendo com o imaginário das pessoas em todo o mundo. Estima-se que cerca de 2 bilhões de pessoas deverão assistir ao casamento de Kate Middleton com o Príncipe William, que acontecerá nesta sexta-feira (29) em Londres. E, como sempre, a selvageria do capitalismo entra em cena ditando regras fantasiosas, absurdas, que passarão a governar o futuro comportamento do mundo da moda, da gastronomia, do consumismo impensado e irrefreado. Dizem os "fofoqueiros de plantão" que o mundo da moda e da gastronomia passará a se dividir em dois novos períodos: antes e depois do casamento de Kate e William.
Há todo um aparato esfuziante sendo montado para a peça teatral (ops! desculpem-me), quero dizer, para o casamento! Da segurança - que envolve a quantia insignficante de 5.000 policiais - ao descomunal jardim exótico que será "plantado" no local em que ocorrerá a cerimônia, sem deixar de lado o trajeto, minuciosamente detalhado e calculado, que os noivos percorrerão no interior de uma carruagem, tal qual nos contos de fadas. Todos os hotéis já se encontram lotados, estima-se a presença de 600 mil pessoas; haverá uma orquestra que será responsável pela trilha sonora (as músicas que serão tocadas são mantidas no mais absoluto sigilo); nas bolsas de Londres, já se fazem apostas sobre quem será a primeira pessoa a chorar: a mãe da noiva? Elton John?
Fica uma pergunta pairando no ar: diante de tanto sensacionalismo; diante de tanto invencionismo; diante de tanto exibicionismo... será que sobrou espaço para o amor? Será que o amor que une os dois pombinhos é tão intenso, imenso, ousado, louco... a ponto de conseguir ocupar, na cerimônia, o lugar que lhe cabe de fato e de direito?
Diante de toda a pompa minuciosamente planejada e preparada, fica a certeza de que não faltará brilho à tão aclamada e - ansiosamente - esperada cerimônia. Talvez seja o brilho que não mais mora no olhar das pessoas que vivem à margem desse mundo de soberba e vaidades - meras vaidades! Talvez, o brilho fulgoroso que iluminará a cena gloriosa de um enlace matrimonial real, seja o brilho que abandonou os olhos das pessoas que se encontram desempregadas, famintas, sem acesso à saúde, educação, segurança, lazer...
Apesar de tudo, fica o desejo de que a união sobreviva ao brilho glamoroso e meteórico da cerimônia. Até porque, penso que o casal de noivos não passa de vítimas da megalomania de uma realeza que não se constrange em expô-los de uma forma quase desumana, para mostrar ao mundo que a vaidade e os desejos da nobreza devem sempre prevalecer e que o seu poder não perdeu a força e a beleza.
Entretanto, é bom relembrar que casamentos revestidos de tamanha pompa não trouxeram em seu bojo a felicidade ou a durabilidade esperadas, como por exemplo: Príncipe Charles e Lady Diana, Ronaldo Fenômeno e Daniela Ciccarelli...
Príncipe William e Princesa Kate, eu espero, sinceramente, que - após a teatralização desse enlace matrimonial armado pela insanidade de uma nobreza que não quer perder o cetro do poder - o amor que une os vossos corações e almas, possa gozar da privacidade e da singeleza necessárias.
Sim, porque eu creio que o amor... o verdadeiro amor é mais modesto, mais discreto...
Alexandre Brito - 27/04/2011
(*) Imagem: Google
Os olhos do mundo já estão voltados para a Abadia de Westminster. Um casamento Real (ou será fantasia?) está mexendo com o imaginário das pessoas em todo o mundo. Estima-se que cerca de 2 bilhões de pessoas deverão assistir ao casamento de Kate Middleton com o Príncipe William, que acontecerá nesta sexta-feira (29) em Londres. E, como sempre, a selvageria do capitalismo entra em cena ditando regras fantasiosas, absurdas, que passarão a governar o futuro comportamento do mundo da moda, da gastronomia, do consumismo impensado e irrefreado. Dizem os "fofoqueiros de plantão" que o mundo da moda e da gastronomia passará a se dividir em dois novos períodos: antes e depois do casamento de Kate e William.
Há todo um aparato esfuziante sendo montado para a peça teatral (ops! desculpem-me), quero dizer, para o casamento! Da segurança - que envolve a quantia insignficante de 5.000 policiais - ao descomunal jardim exótico que será "plantado" no local em que ocorrerá a cerimônia, sem deixar de lado o trajeto, minuciosamente detalhado e calculado, que os noivos percorrerão no interior de uma carruagem, tal qual nos contos de fadas. Todos os hotéis já se encontram lotados, estima-se a presença de 600 mil pessoas; haverá uma orquestra que será responsável pela trilha sonora (as músicas que serão tocadas são mantidas no mais absoluto sigilo); nas bolsas de Londres, já se fazem apostas sobre quem será a primeira pessoa a chorar: a mãe da noiva? Elton John?
Fica uma pergunta pairando no ar: diante de tanto sensacionalismo; diante de tanto invencionismo; diante de tanto exibicionismo... será que sobrou espaço para o amor? Será que o amor que une os dois pombinhos é tão intenso, imenso, ousado, louco... a ponto de conseguir ocupar, na cerimônia, o lugar que lhe cabe de fato e de direito?
Diante de toda a pompa minuciosamente planejada e preparada, fica a certeza de que não faltará brilho à tão aclamada e - ansiosamente - esperada cerimônia. Talvez seja o brilho que não mais mora no olhar das pessoas que vivem à margem desse mundo de soberba e vaidades - meras vaidades! Talvez, o brilho fulgoroso que iluminará a cena gloriosa de um enlace matrimonial real, seja o brilho que abandonou os olhos das pessoas que se encontram desempregadas, famintas, sem acesso à saúde, educação, segurança, lazer...
Apesar de tudo, fica o desejo de que a união sobreviva ao brilho glamoroso e meteórico da cerimônia. Até porque, penso que o casal de noivos não passa de vítimas da megalomania de uma realeza que não se constrange em expô-los de uma forma quase desumana, para mostrar ao mundo que a vaidade e os desejos da nobreza devem sempre prevalecer e que o seu poder não perdeu a força e a beleza.
Entretanto, é bom relembrar que casamentos revestidos de tamanha pompa não trouxeram em seu bojo a felicidade ou a durabilidade esperadas, como por exemplo: Príncipe Charles e Lady Diana, Ronaldo Fenômeno e Daniela Ciccarelli...
Príncipe William e Princesa Kate, eu espero, sinceramente, que - após a teatralização desse enlace matrimonial armado pela insanidade de uma nobreza que não quer perder o cetro do poder - o amor que une os vossos corações e almas, possa gozar da privacidade e da singeleza necessárias.
Sim, porque eu creio que o amor... o verdadeiro amor é mais modesto, mais discreto...
Alexandre Brito - 27/04/2011
(*) Imagem: Google